Enciclopédias Pessoais
Evidentemente
as enciclopédias investigam principalmente os indivíduos, através de biografias
curtinhas, e estão restritas essas interpretações a esse retrato pequeno, em
virtude do espaço mínimo que o papel permite.
Para
começar, as pessoas são várias (indivíduos, famílias, grupos, empresas) e daí
já chegaríamos a um novo tipo de Enciclopédia geral, contemplando esses
elementos. Depois, temos os ambientes: municípios/cidades, estados, nações e
mundos, de forma que teríamos já aí OITO SEÇÕES, oito enciclopédias.
Depois,
há toda variação que o modelo propõe, vá ler, estou cansado de citar.
A
seguir, há o cruzamento da Enciclopédia com o Dicionário. Se há no inglês 400
mil palavras, então são tantas as abordagens primárias, fora os cruzamentos,
que no total constituem número menor que 2400.000, pois vários não
são aproveitáveis; ou seja, há que analisar primariamente o amor familiar,
depois o lar-amor, a dependência-ao-passado, todos os grupamentos de dois.
Depois as tríades, os quartetos, as frases muito complexas.
Agora,
de tudo mesmo, a novidade será que a Novenciclopédia e o
Novodicionárienciclopédico permitirão os encadeamentos contínuos, as consultas
(por enquanto caóticas, retornando coisas demais, sem seleção do que queremos
mesmo: o Google pode recorrer a mais de 2,5 bilhões de páginas ou artigos ou
sítios/sites) em hiperlink ou hiperlaços. Em vez de ser definitiva, como uma
página só, teremos quipos ou casas DE CONSULTA, com o tanto especificado de,
digamos, seis a dez mil palavras, ou apenas 500 delas, biografias bem curtinhas
mesmo. Poderemos indicar sobre o que queremos, que faixa de conhecimento, e
quem passou por ela.
Se
isso não te entusiasma não sei que o fará.
Pois
eis um conhecimento que falará à pessoa do que efetivamente a extrai
maximamente de si, por dar resposta aos seus interesses máximos, mais extremos,
suas maiores sensibilidades.
Poderemos
investigar as famílias, veja só. Como uma família se tira da miséria geral e
migra à acumulação seletiva, em tal ou qual superfície? Que problemas uma nação
se impôs como forma de saltar à dignidade dos dominantes? E quão grande é a
amplitude desse conjunto?
Na
realidade, com tudo que as enciclopédias representam de maravilhoso para quem
sabe ler o espanto, ainda assim elas são simplórias, diante das possibilidades.
Há assim como que uma separação, um fosso, um AI (antes da Internet) e um DI
(depois da Internet). Nitidamente os D/E, dicionárioenciclopédicos, serão
diferentíssimos no futuro do que foram no passado. Incomparavelmente. Para
fazer uma pobre idéia da distinção podemos pensar no tempo antes dos
enciclopedistas terem construído a primeira enciclopédia.
Eis
aí uma coisa que muitos amarão criar.
Com
toda razão. E com todo sentimento, espero.
Vitória,
domingo, 11 de agosto de 2002.
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