Eficiência da
Epistemologia
A Epistemologia é a
teoria do conhecimento, de episteme, conhecimento ou ciência, e logia, estudo
ou reflexão. Estuda especificamente os ramos do saber científico, mas poderia
fazê-lo com todo o Conhecimento, a saber, Magia/Arte, Teologia/Religião,
Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática.
Infelizmente, é
claro, só se volta para a Ciência.
Agora, devemos
perguntar se é eficiente.
Evidentemente
cada palavra do Dicionário e cada pessoa (indivíduo, família, grupo e empresa)
da Enciclopédia (aliás, esta só se refere aos indivíduos) estão ligadas a todos
os adjetivos pares polares opostos/complementares. Por exemplo, vida boa e vida
ruim, controle eficiente e ineficiente, informação favorável e desfavorável, e
assim por diante.
A epistemologia (em
letra minúscula a da Ciência) e a Epistemologia (em letra maiúscula a do
modelo) podem ser eficientes e ineficientes, positivas e negativas, verdadeiras
e falsas, quantitativas e qualitativas, etc.
Por EPISTEMOLOGIA
QUANTITATIVA deveríamos entender aquela que abarca grandes volumes de dados, o
conjunto das proposições, sua conexividade geral, sua consistência total. Por
EPISTEMOLOGIA QUALITATIVA entenderíamos a que se dirige aos particularismos, à coerência
de cada prova excepcional, como a um teorema na Matemática.
E, mais importante
que tudo, deveríamos procurar saber se a epistemologia é eficiente. Ela cumpre
seu papel satisfatoriamente? É competente para os propósitos pelos quais foi
estabelecida? Para isso, creio, devemos perguntar pela sua NEGATIVIDADE e sua
POSITIVIDADE, pela sua capacidade de contestar ou de provar os elementos
manifestados pela Ciência. Isto é, a Ciência tanto se nega quanto se
afirma?
Penso que por
enquanto ela mais se afirma que se nega.
Não vejo nenhum
cientista estudando a Ciência com o rigor do opositor. Parece que todos desejam
afirmar a eficiência da Ciência, NUNCA a sua ineficiência. SE não buscamos
negar a eficiência da construção civil, como saberemos se ela gasta pouco ou
muito em relação aos recursos que usa, aos bens que pleiteia? Poderia fazer
mais com menos? Se não há oposição, como saber se há justeza, exatidão,
afinação rigorosa, exploração máxima dos objetos (de cada um e de todos entre
si)?
A Ciência usa bem o
dinheiro e os recursos humanos que extrai da sociedade? Acredito que no início,
quando tudo era difícil para ela, há 500 e até há 50 anos atrás, a resposta era
sempre sim, porque tudo era apertado e havia oposição. Nos dias que correm,
não, começou a não haver, porque todos só sabem bater palmas para os cientistas
e seus produtos. Os cientistas relaxaram e estão dormindo em berço esplendido.
Ninguém procura mais saber se a busca científica do conhecimento é adequada à
nossa pobreza geral (lembre-se que há dois bilhões de pessoas passando fome,
1/3 da humanidade).
Ninguém contesta a
Ciência e os cientistas, não há alguém que faça a investigação dos métodos e
sua eficiência na relação benefício/custo. E não apenas em CUSTO PASSADO, o que
gastamos do que já produzimos, mas também em CUSTO FUTURO, o que iremos gastar
como subproduto da má ciência.
Enquanto tal estudo
em negativo não for feito a epistemologia continuará ineficiente, pois não há
quem estude a própria epistemologia.
Vitória, domingo, 11
de agosto de 2002.
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