A Liberdade do Prisioneiro
Na
Rede Cognata prisioneiro = SÓ, de forma que a pessoa só vai se sentir tolhida
mesmo se estiver completamente sozinha – e nisso estará pronta para o
reaprendizado, para a reinserção na coletividade humana. Configurei isso no
anteprojeto de lei denominado Estatuto da Soltura Indefinida, propondo
ao mesmo tempo em que os condenados no Brasil ficassem por tempo indefinido,
até reaprenderem o convívio social, e tivessem isolamento, não mais de um por
cela.
Quando
ficam dois ou mais eles estão mesclando os sub-valores, que a coletividade
daquele espaçotempo detesta. Só estando isolados poderão desnudar-se de seu
passado para vivenciar o futuro. Só assim aprenderão a produzir e respeitar
coletivamente.
Porque
não é o corpo que se prende. Só no espaçotempo físico-químico é que teria
significado a prisão física. No espaçotempo psicológico, ou geo-história, a
prisão deveria ser, obviamente, psicológica, da mente, e tudo que tem
corpomente é psicológico, embora evidentemente não-humano, exceto a humanidade.
Então,
a prisão psicológica deve constituir EXCLUSÃO MENTAL, ou seja, da vida
coletiva, que foi renegada pela desobediência. Entrementes, pense, É VOCÊ e SOU
EU que estamos presos lá. Quando você ou eu castigamos alguém, e a nós mesmos
que castigamos. Então, sejamos sensatos e doces, cuidadosos, delicados mesmo.
Porém,
seria uma prova regressiva de desumanidade privar a pessoa de aprendizado,
porque é justamente essa renovação que desejamos. Pelo contrário, deve-se
repassar o máximo de informação (sem controle ou comunicação, exceto nos
horários estipulados), através de toda a mídia (TV, Rádio, Revista, Jornal e
Livro, passivos, exceto Internet, bidirecional, na realidade de dois sentidos,
interativa), tanto quanto se possa.
Por
outro lado, pense que a dialética, o TAO e o modelo dizem que a soma é zero:
quanto mais se tentar dobrar o espírito pela força, mais resistente ele se
tornará e será. Veja a questão dos antibióticos cada vez mais fortes produzindo
cepas de doenças cada vez mais teimosas. Os prejuízos redundam em retorno,
enquanto só o favorecimento acresce ou soma para a coletividade. Sigamos os
ensinamentos de Jesus
Enfim,
o sistema prisional inteiro deve ser revisto, porque está tudo errado.
Violência onde precisamos de mansidão, mistura dos prisioneiros onde dependemos
de separação, tratamento desumano onde queremos re-humanização, etc.
Precisamos
repensar tudo isso.
Vitória,
quarta-feira, 21 de agosto de 2002.
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