As Famílias Desamadas
Quando vejo
os cachorros soltos nas ruas de Jacaraípe, Serra, ES, Brasil, reparo que alguns
estão cheios de feridas, pernas ou mãos machucadas, famélicos com as costelas à
mostra, talvez sem as vacinas, quem sabe com que dores internas (eles não sabem
falar, não sabem chorar, sofrem em silêncio com resistência admirável, muito
superior à de qualquer humano).
Foram
largados por famílias e indivíduos que os traíram e que após os terem levado
para casa, os repudiaram, os soltaram no mundo como fez a madrasta de João e
Maria, dos irmãos Grimm.
O ABANDONO DA HUMANIDADE (o lado podre da missão)
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Quando as
famílias os abandonam, eles progressivamente vão olvidando (embora demore
muito, o cheiro do afeto é difícil de esquecer) e essas famílias se tornam
des-amadas, deixam de ser amadas, perda terrível, nódoa que fica na alma.
São famílias
de rua, como pais e mães de crianças de rua.
Humanos
ruins que, todavia, devemos tolerar, embora a ira seja grande, ainda que a
fúria seja imensa.
Serra,
terça-feira, 13 de outubro de 2015.
GAVA.
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