quarta-feira, 23 de novembro de 2016


A Nobreza da Terra

 

O livro de Marcelo Duarte, O Guia dos Curiosos, Brasil, São Paulo, Companhia das Letras, 1999, é muito bom, tem informações utilíssimas. Estas que leremos são das páginas 77/8.

PÁGINA
CITAÇÃO
COMENTÁRIO
77
“Quando d. João chegou ao Brasil em 1808, a população brasileira se compunha de 5 milhões de pessoas, dos quais 2 milhões eram brancos. Outros 2 milhões eram negros e mulatos, enquanto se contava 1 milhão de índios”.
Proporção 40/40/10.
78
“Enquanto esteve no Brasil, d. João distribuiu 2630 títulos de cavaleiros, 1422 da Ordem de São Bento de Assis e 500 da Ordem de Santiago”.
Veja que não são os títulos de nobreza. Somam 4.552.
78
“Para formar o capital do Banco do Brasil, d. João se fartou de vender títulos de nobreza a comerciantes, usineiros, fazendeiros e a quem tivesse dinheiro. Em pouco mais de um ano, o Brasil já tinha mais condes, duques, barões e marqueses que a corte portuguesa [que veio com 15 mil parasitas]. Havia também títulos mais baratinhos, como o de comendador, de cavaleiro ou de oficial".
Veja abaixo: “(...)D. João VI concedeu títulos a 4.000 cavaleiros e 28 marqueses, 8 condes, 16 viscondes e 21 barões, ou seja, 73 títulos de nobreza numa média aproximada de 6 títulos por ano”. Total de 73 (não há nenhum duque porque na ausência de príncipes tornam-se reis).
Historianet
6) A Nobreza Brasileira e seus primeiros titulares
Para conseguir renda, entre 1808 e 1821, D. João VI concedeu títulos a 4.000 cavaleiros e 28 marqueses, 8 condes, 16 viscondes e 21 barões, ou seja, 73 títulos de nobreza numa média aproximada de 6 títulos por ano. Destes, apenas quatro, (ou seja 5%), são brasileiros natos: Baronesa de São Salvador de Campos (17/12/1812), Barão de Sto. Amaro (6/2/1818), Barão de São João Marcos, (6/2/1818) e Barão de Goiânia 26/3/1821. Tal quantidade foi criticada por Pedro Calmon que satiriza esta prodigalidade: tornar-se conde em Portugal exigia 500 anos, no Brasil apenas 500 contos. O mesmo faz John Armitage em sua obra: História do Brasil, 3ª Edição, pg. 272: A Monarquia Portuguesa, fundada há 736 anos, tinha em 1803, época em que se haviam renovado títulos e criado outros recentemente, 16 marqueses, 26 condes, 8 viscondes, 4 barões. O Brasil, com oito anos de idade, como potência, encerra já no seu seio 28 marqueses, 8 condes, 16 viscondes, 21 barões. Progredindo as coisas do mesmo modo, teremos em 2551, que é quando nossa nobreza titular deve contar a mesma antiguidade que a de Portugal tinha em 1803, nada menos de 2.385 marqueses,710 condes, 1.420 viscondes, 1.863 barões. O erro desta nota do Armitage, é que o autor esqueceu de mencionar na sua crítica, que por lá, existiam 16 Marquesados. No Brasil, nossos 28 Marqueses, (ampliados depois, para 47), eram títulos de uma só vida, sem o direito da hereditariedade, enquanto que em Portugal, onde ainda se registravam títulos de nobreza, existiram até 1950, aproximadamente, um total de 45 marquesados e 189 Marqueses!!!

Vamos somar (4.552 + 73 =) e obter 4.625.

Veja que não os atribuiriam aos negros e mulatos, nem aos índios, só aos brancos, dois milhões. Se contarmos a proporção de 80/20 (80 % de miseráveis, pobres e médios, todos não-proprietários, 20 % são os médio-altos e ricos), veremos que também estariam excluídos os do grupo maior, 1,6 milhão; dos que sobrassem as crianças seriam metade, ficariam 200 mil – tirando deles as mulheres, porque naquele tempo não acumulavam fortuna necessária à compra do título, sobram 100 mil que divididos por 5,0 mil (para dar conta com zeros) nos apontariam que (100/5 = 20/1) um em cada 20 homens recebeu algum título.

Visto que os escravos faziam quase todos os trabalhos (fora as mulheres, que bordavam e os homens que iam gerir as propriedades), essa NOBREZA DA TERRA (um em cada 20, abarcando igual percentual de mulheres e famílias) era a mesma que hoje continua sem querer trabalhar, só quer mandar, são os intragáveis 5 % de todos nós, os terra-tenentes e os proprietários. Nos 200 (204) milhões, seriam 10 milhões de indivíduos (que detém quase tudo) ou 2,5 milhões de famílias.

Ainda vivemos no Império.

Se de um lado há escravos, do outro tem-se como nobres demais para trabalhar, não são como os americanos e os europeus.

DA CLASSE TRABALHADORA

Filha do presidente Obama.
Filho de David Beckham.
Diário Gaúcho.
A filha mais velha do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conseguiu um estágio que é sonho das adolescentes norte-americanas. Aos 17 anos, Malia Obama está trabalhando no set de filmagem do seriado "Girls", da HBO.
Global Media.
Brooklyn Beckham, o filho mais velho de David e Victoria, começou a trabalhar no passado sábado num café em Londres. Recebe 3,2 euros à hora.

Serra, quarta-feira, 07 de outubro de 2015.

GAVA.

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