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Personagens Non Gratas IV: Onde Estão os Sinais?

Depois que as personagens foram comunicadas de que suas vidas eram conduzidas dentro das fronteiras (à esquerda, à direita, acima e abaixo, para fora da página), embora tivessem livre-arbítrio (= LIVRE-QUERER = LIBERDADE-VONTADE), elas passaram a olhar desconfiadas para fora, assombradas.

PERSONAGENS EM QUADRINHOS (há muita limitação nas vidas delas, aliás, bem curtinhas, às vezes dura um livro inteiro, porém o mais das vezes é menos que isso, sempre pouco para tudo que desejam fazer)

Esses não desconfiaram.	Esse desconfiou.
Esse ficou fixado, é de doer.	Esse foi um que conseguiu sair da prisão.

Bem que as pessoas diziam: cada qual no seu quadradinho. E é mesmo, cada quando (tempo) no seu quadrondo, quadrado-redondo, tudo delimitadinho. Eles também não se conformam, você é que não pára para ouvir, eles choram, reclamam das dores e tem medo de desaparecer.

Você é insensível, só aproveita, lê, vê, mas não se condói das vidinhas delas, as personagens.

E agora elas ficam olhando para fora da página, os olhinhos interrogativos, que pena que dá! Sabemos da curva do sino 50/50 que 50 % são os incrédulos, destes 2,5 % não acreditando nem se enfiar na cara. Dos que acreditam, 2,5 % estão sempre prontos a acreditar, mesmo sem prova.

Ficam esses 47,5 % que acreditam desacreditando e agora olham com os olhinhos pidões, “me leva”.

Quando você estiver vendo uma revista em quadrinhos, ou lendo um livro ou vendo um filme ou um quadro ou isso e aquilo, até as estátuas, se olhar para os lados pelo canto do olho com a visão periférica enxergará os olhinhos pegos olhando de banda, ai, como isso corrói a gente.

Ficam buscando sinais da presença do divino.

Tadinhos, não sabem que o divino se oculta para não atrapalhar o jogo, a liberdade de escolher, foi esse o combinado. Mas algo os puxa e quando pensam que você não tá vendo elas olham, é da gente chorar de pena, prisioneiras, irremediavelmente prisioneiras.

PERSONAGENS OLHANDO PARA FORA