domingo, 25 de setembro de 2016


Débil Mensal

 

Metade dessa gente que você vê nas ruas não é normal.

A PGE (Psiquiatria Geral do Estado) foi encarregada pelo governador de dar a ela um atestado de regularidade psicológica (ARP) que vale por um mês, depois sendo necessária recondução ao edifício da PGE, que fica ali na Praia do Canto, perto do novo prédio da PEDROBRÁS na Reta da Penha.

Olhando assim você não diz.

Porém, você sabe que Caetano disse “de perto ninguém é normal”, o que não é completamente verdadeiro, pois sabemos que pela Curva do Sino metade é, enquanto 1/40 é completamente normal.

O preocupante é a metade excluída da normalidade.

Nós estamos passando por ela e convivendo com ela o tempo todo, inclusive em nossas casas e nos nossos trabalhos, vou te dizer, a gente corta um fino, tem de ficar de orelha em pé, o equilíbrio é periclitante, é afanoso, e está em constante processo de debilitamento, dado que a mensagem dos iluminados está começando a falhar.

Pior ainda!

Lembre-se que somos governados. Lembre-se dos juízes do Legislativo, do governantes do Executivo, dos políticos dos Judiciário, dos empresários. E trema.

Vixe, chego a ter uns tremeliques. Minhas pernas ficam bambinhas quando penso que cruzamos com eles todos os dias, sem sequer saber se são ou não. Poderíamos pedir a carteirinha, mas e o fora? E se não for, a vergonha que passaremos? DE FORMA que ninguém pergunta. Poderia também indagar: você toma o remedinho? E se não tomar? E se a pessoa não tomar o remedinho? Isso não é conclusivo, poderia ser por esquecimento (e você estaria em perigo), entende? Pode não ter comprado, podem ser mil as razões.

Você corre o risco.

E tem de ficar olhando de banda, para ver se há algum sinal sutil de mudança de eixo. Às vezes, no serviço, um colega começa a falar sozinho, é inexplicável, os pelinhos da nuca ficam em pé, todos ouriçados, corre uma carga de adrenalina nas costas, que ficam duras e doloridas, tensas.

Ou no ônibus um qualquer coloca o rádio alto, pode ser um sinal, talvez ele endoide no momento seguinte, não há como saber, há uma tensão da qual não conseguimos escapar. É dolorosa, essa tensão nervosa, ninguém resiste muito tempo a essa pressão.

Você também não tem como conversar, porque, e se for um deles? E se ele começar a gritar como em Invasão de Corpos e se vários estiverem ao redor e se os seus não quiserem ajudar?

O nervosismo reina.

Estou desintegrando.
Serra, quinta-feira, 02 de agosto de 2012.

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