O
Cataclismo das Noções Morais Entre os que Educam o Mundo
No livro de Alain Finkielkraut, A
Derrota do Pensamento, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1988 (sobre
original de 1987), na página 15 o autor diz: “Em 1926, Julien Benda publica La trahison des clercs”. Seu assunto: ‘o
cataclismo das noções morais entre os que educam o mundo’. Benda se inquieta
com o entusiasmo que a Europa pensante professa, há algum tempo, pelas
profundezas misteriosas da alma coletiva. Ele denuncia a imensa alegria com a qual
os serventuários da atividade intelectual, ao contrário de sua vocação milenar,
condenam o sentimento de universal e glorificam os particularismos”.
Só os franceses para dizer, com essa graça e
leveza deles, “serventuários da atividade intelectual” no lugar de
intelectuais: é que traz a palavra serventes, os servos do pensamento, os
articulados que vivem de citações, os eruditos, os situados lá pela enésima
ordem da capacidade de raciocinar.
E “profundezas misteriosas da alma coletiva”
quer dizer soltar as rédeas da imoralidade pagã, o espojamento do povo na lama
da falta de ordem, naquilo que alguém chamou muito apropriadamente de “invenção
da juventude”, e em todos os excessos consumistas. No popular, o chamado
“deitar e rolar”, o rebaixamento do povo à licenciosidade, e o “soltar a
franga” do homossexualismo.
De fato, desde Benda passaram-se 90 anos
(2016 – 1926) e está cada vez pior, em Hellwood os hellboys e as hellgirls
fazendo todo tipo de bandalheira EM PÚBLICO (pois visíveis nos cinemas e onipresentemente
nos lares e na Internet enquanto sangria desatada), como também está na IS,
Internet Sexual, diante dos olhos das crianças.
Os que “educam o mundo” perderam o juízo.
O PREVALECIMENTO
POLAR DO RELATIVO FRENTE AO ABSOLUTO (tirado de Radicais Livres e a Vitória Provisória dos Relativos e modificado)
RADICAIS LIVRES.
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EQUILÍBRIO.
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RADICAIS PRESOS.
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Natureza.
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Deus.
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Iluminismo.
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Luminização.
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Esquerda.
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Direita.
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Povo.
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Elites.
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De baixo.
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De cima.
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Da terra.
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Do céu.
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Relativos.
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Absolutos.
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Noções relativas (cada um tem a sua, as
escolhas são tantas quanto os indivíduos).
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EQUI-LIBRAÇÃO.
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Noções absolutas (todo mundo está preso,
uns mais e outros muito menos).
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Particular.
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Universal.
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Individual.
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Coletivo.
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Que é que se pode esperar da intelectualidade?
Desde muito cedo, antes dos 20 anos, já a
detestava.
A superficialidade das “causas para viver”
(Cazuza), o modismo dos pretextos particularistas, o modismo de tudo, a própria
superficialização e o superficialismo (superafirmação doentia do superficial)
dão conta do colapso provocado pela insuficiência mental. Foi o que se viu,
deixar os DOWN conduzirem nossas vidas.
As noções morais realmente foram para o
brejo, isso aqui parece a casa da mãe Joana, o prostíbulo natural, não há
respeito quase nenhum (não falo de a todos, depois de adulto cada um faça sua
escolha – falo das crianças e das criaturinhas da Vida).
Cataclismo, sim.
Anormalidade moral, falência do pudor social.
Veja só a capacidade de previsão de Benda, a
percepção aguda dele.
Vitória, sexta-feira, 12 de agosto de 2016.
GAVA.
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