sexta-feira, 12 de agosto de 2016


O Cataclismo das Noções Morais Entre os que Educam o Mundo

 

No livro de Alain Finkielkraut, A Derrota do Pensamento, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1988 (sobre original de 1987), na página 15 o autor diz: “Em 1926, Julien Benda publica La trahison des clercs”. Seu assunto: ‘o cataclismo das noções morais entre os que educam o mundo’. Benda se inquieta com o entusiasmo que a Europa pensante professa, há algum tempo, pelas profundezas misteriosas da alma coletiva. Ele denuncia a imensa alegria com a qual os serventuários da atividade intelectual, ao contrário de sua vocação milenar, condenam o sentimento de universal e glorificam os particularismos”.

Só os franceses para dizer, com essa graça e leveza deles, “serventuários da atividade intelectual” no lugar de intelectuais: é que traz a palavra serventes, os servos do pensamento, os articulados que vivem de citações, os eruditos, os situados lá pela enésima ordem da capacidade de raciocinar.

E “profundezas misteriosas da alma coletiva” quer dizer soltar as rédeas da imoralidade pagã, o espojamento do povo na lama da falta de ordem, naquilo que alguém chamou muito apropriadamente de “invenção da juventude”, e em todos os excessos consumistas. No popular, o chamado “deitar e rolar”, o rebaixamento do povo à licenciosidade, e o “soltar a franga” do homossexualismo.

De fato, desde Benda passaram-se 90 anos (2016 – 1926) e está cada vez pior, em Hellwood os hellboys e as hellgirls fazendo todo tipo de bandalheira EM PÚBLICO (pois visíveis nos cinemas e onipresentemente nos lares e na Internet enquanto sangria desatada), como também está na IS, Internet Sexual, diante dos olhos das crianças.

Os que “educam o mundo” perderam o juízo.

O PREVALECIMENTO POLAR DO RELATIVO FRENTE AO ABSOLUTO (tirado de Radicais Livres e a Vitória Provisória dos Relativos e modificado)

RADICAIS LIVRES.
EQUILÍBRIO.
RADICAIS PRESOS.
Natureza.
Deus.
Iluminismo.
Luminização.
Esquerda.
Direita.
Povo.
Elites.
De baixo.
De cima.
Da terra.
Do céu.
Relativos.
Absolutos.
Noções relativas (cada um tem a sua, as escolhas são tantas quanto os indivíduos).
EQUI-LIBRAÇÃO.
Noções absolutas (todo mundo está preso, uns mais e outros muito menos).
Particular.
Universal.
Individual.
Coletivo.

Que é que se pode esperar da intelectualidade?

Desde muito cedo, antes dos 20 anos, já a detestava.

A superficialidade das “causas para viver” (Cazuza), o modismo dos pretextos particularistas, o modismo de tudo, a própria superficialização e o superficialismo (superafirmação doentia do superficial) dão conta do colapso provocado pela insuficiência mental. Foi o que se viu, deixar os DOWN conduzirem nossas vidas.

As noções morais realmente foram para o brejo, isso aqui parece a casa da mãe Joana, o prostíbulo natural, não há respeito quase nenhum (não falo de a todos, depois de adulto cada um faça sua escolha – falo das crianças e das criaturinhas da Vida).

Cataclismo, sim.

Anormalidade moral, falência do pudor social.

Veja só a capacidade de previsão de Benda, a percepção aguda dele.

Vitória, sexta-feira, 12 de agosto de 2016.

GAVA.

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