A Pepita de Ouro
O palestrante colocou uma laranja madura
sobre a mesa:
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- Encontrei essa pepita de ouro num pé de
pepitas de ouro, chamado laranjeira (o telão do lado ia mostrando grandes
imagens do que o orador ia falando ponto a ponto).
A plateia estava embasbacada. – < Que vem
a ser isso? >
- Também é chamado de “pé de laranja”.
E estendia o braço esquerdo na
direção-sentido do telão.
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- É uma pepita descascável, pode-se tirar a
casa dela.
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A platéia estava ao mesmo tempo estarrecida
com a obviedade e tocada pela descoberta súbitaa, inefável, de que as laranjas
realmente não estavam sendo vistas em toda a sua profundidade.
- É composta de gomos, que também são de
ouro, são amarelos.
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- Olhem só um “pé de pepitas de ouro”.
E apontava o telão, cheio de satisfação,
porque ele também só tinha visto tudo isso pouco antes e se apresentava
felicíssimo com um universo que trazia tais coisas a nós.
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- Nas minas de “pepitas de laranja”, nas
plantações, as pessoas podem extrair caminhões e caminhões desse ouro:
colocam-nos em cestos.
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- E há plantações de “pepitas de ouro”.
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- Espremendo-as e tomando assim, ou batendo e
tomando desse outro jeito pode-se beber esse ouro líquido.
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- Caminhões e caminhões dessas pepitas são
produzidas todos os anos e postas sob a forma de suco na mesa das pessoas, que
nem valorizam.
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transporte líquido
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só a história da produção dessas
caixinhas de acomodação das “pepitas de ouro” já seria emocionante
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- E é ouro que se pode beber, ele alimenta.
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A platéia estava cada vez mais embevecida,
uns apoiavam-se no queixo, outros choravam, outros riam e uns estavam
extremamente pensativos, mais alguns conversavam, uns saíram apressados para ir
comprar “pepitas de ouro”.
- Já vem num copinho próprio, redondinho, que
você pode descascar ou partir em metades e espremer. Pode espremer em máquinas
próprias, chamadas justamente “espremedoras de laranja”. Vejam só, máquinas de
espremer ouro.
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Alguns da plateia choravam desbragadamente.
- Por vezes as “pepitas de ouro” são transformadas
em joias.
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- Eu mesmo não tinha visto. Foi uma epifania.
Bem que Cristo disse de outro modo que as coisas mais importantes estão à vista
(“quem tem olhos de ver que veja”).
A plateia ao fim da palestra levantou-se toda
e aplaudiu de pé demoradamente. Ao término dos aplausos o palestrante anunciou
a fala da semana seguinte, sobre a Causa Metafórica da Queda, a Maçã.
Serra, domingo, 25 de julho de 2010.
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