Revivendo
o Mundo
ESTOU
MORTO PARA ESSE TRISTE MUNDO ANTIGO (diz Taiguara na música)
Universo no teu corpo
Eu
desisto
Não existe essa manhã que eu perseguia Um lugar que me dê trégua ou me sorria E uma gente que não viva só pra si
Só
encontro
Gente amarga mergulhada no passado Procurando repartir seu mundo errado Nessa vida sem amor que eu aprendi
Por uns
velhos vãos motivos
Somos cegos e cativos No deserto do universo sem amor
E é por
isso que eu preciso
De você como eu preciso Não me deixe um só minuto sem amor
Vem
comigo
Meu pedaço de universo é no teu corpo Eu te abraço corpo imerso no teu corpo E em teus braços se unem em versos à canção
Em que eu
digo
Que estou morto pra esse triste mundo antigo Que meu porto, meu destino, meu abrigo
São teu
corpo amante amigo em minhas mãos
São teu corpo amante amigo em minhas mãos São teu corpo amante amigo em minhas mãos
Vem, vem
comigo
Meu pedaço de universo é no teu corpo Eu te abraço corpo imerso no teu corpo E em teus braços se unem em versos a canção
Em que eu
digo
Que estou morto pra esse triste mundo antigo Que meu porto, meu destino, meu abrigo São teu corpo amante amigo em minhas mãos São teu corpo amante amigo em minhas mãos São teu corpo amante amigo em minhas mãos. |
Assim como estamos
mortos para o mundo antigo, o mundo antigo está morto para nós.
Os romanos de antes
de 476 não morreram quando chegou esta data, mas a Antiguidade foi efetivamente
transformada pelo cristianismo que, como já disse, durante esses quase mil anos
de Idade Média mudou a forma de proceder, fazendo com que as elites aceitassem
o povo, pensando em fornecer produtos e ideias, o que foi culminar com o
escancaramento de Gutenberg, o funil das experiências e das letras ao inverso.
O povo passou a ser aceito como fazendo parte da mesma humanidade; depois foram
as mulheres, a seguir as crianças, os velhos, os negros, os escravos e toda
gente. Isso ampliou tremendamente o mercado, criando um círculo virtuoso e
abrindo o conhecimento a todos que o buscassem (infelizmente o povo não
procurou).
Para a Idade Média a
Antiguidade estava morta.
Do mesmo modo, para a
Idade Moderna a Idade Média tinha desaparecido enquanto interesse.
Embora não haja ainda
futuro, podemos estimar que para ele, quando chegar, este presente - tendo se
tornado passado – terá morrido.
Para todos os efeitos,
como disse Krishna a Arjuna todos de agora já estamos mortos; as bandalheiras
que acumulamos e passamos a considerar coisas corriqueiras nos afundaram no precipício.
Não fui eu a fazer, nem foram vários outros, mas coloco “nós” porque
efetivamente foram os seres humanos de agora cavamos nossa sepultura, matamos o
mundo.
Imagino pode “ver”
conjunções de daqui a 30 ou 20 anos, que as pessoas só enxergarão daqui a 20 ou
30 anos: em 1977 tive a sensação de 700 a 2.000 milhões de mortos e depois, por
mais que fizesse, só piorou até chegar agora a 6.000 milhões. Será verdade? Não
saberemos até que aconteça (ou não). Em todo caso, a previsão desde 1997 é de
crise em 2019 na China e guerra mundial em 2029.
Quase ninguém sabe
que o mundo está morto (se é que está mesmo) e quando digo que devemos revivê-lo
isso certamente parece loucura. Sei que está morto, sei que é preciso
revivê-lo, sei que isso será feito pelo amor e pelos amorosos. Como disse
Krishna no Bagavad Gita, “todos eles estão mortos” (estão mesmo, mas ainda assim
é difícil combatê-los).
Reviver o mundo passa
por esse (exaustivo) combate.
Serra, sexta-feira,
18 de maio de 2012.
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