Placas Indicativas
A cidade era bem sinalizada.
Nas placas você podia ler:
- não corra demais;
- se for dirigir não beba, se beber
não dirija;
- não coma excessivamente;
- nas mulheres não se bate nem com uma
flor;
- não deixe para fazer as coisas na
última hora;
- as crianças são nosso futuro, não as
estrague;
- não escute música a todo volume nos
ônibus;
- não gaste demais, controle as
finanças;
- não desmate na beira dos rios a mata
ciliar;
- não faça queimadas;
- não use agrotóxicos;
- não maltrate os animais;
- não jogue lixo nas ruas;
- não sonegue.
E mais uma tonelada de avisos muitos
salutares, placas de advertência, placas indicativas cujo teor todo mundo
conhecia.
Cadê que obedecíamos!
Os mais velhos detinham o conhecimento
do que era daninho, porém os mais jovens não liam as indicações.
INDI-CAUÇÕES
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Os melhores conhecimentos estavam
disponíveis, contudo as pessoas não queriam ler. Eles não eram disseminados,
não havia uma escola para adultos, fosse através de qual mídia (TV, Internet,
Revista, Jornal, Livro-Editoria, Rádio) fosse, com preocupação de veiculação
das coisas sabidas, pontos batidos, conhecimento pacificado pela tecnociência
há muitas décadas. Ninguém resumia os pontos pacíficos para torná-los
amplamente divulgados no que poderíamos chamar de “conhecimento de placa”,
coisas batidas e repetidas.
Éramos uma coletividade perdulária,
disposta a perder coisas valiosas; e tínhamos a maior desconsideração, pois
muito se perdia a cada ano por não lermos as indicativas. Um pouco de esforço e
tanto seria poupado! Era somente questão de escrever e ler.
Tanta gente morta no trânsito, tantos
assassinatos, tanto consumo de drogas, tanta gente espancada, era horrível.
Tudo porque não liam a mais preciosa das indicações: “amai-vos uns aos outros”.
Serra, segunda-feira, 16 de abril de
2012.
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