Estados Atenienses da América

 

O AUTOR E O LIVRO

Marco Antonio Villa, SP, 1955.

São Paulo, Planeta (Crítica), 2018.

Gosto dele, temos pontos discordantes.

O primeiro discurso é um dos de Péricles (político ateniense, cerca de 495-429 a.C.), que fala dos valentes que morreram pela cidade-estado, no qual vi muitos paralelos com os Estados Unidos da América (1776, 22 séculos depois), daí o título. As citações são de fragmentos, para não ficar muito longo (compre o livro e leia).

GOSTO QUE ME ENROSCO

#	FRAGMENTO.	COMENTÁRIO.
10	“(...) autossuficiente na paz e na guerra”.	Lição para o Brasil: se só houvessem dois países e um lado dependesse da tecnociência de paz e guerra do outro, seria seu prisioneiro.
11	“Seu nome, como tudo depende não de poucos, mas da maioria, é democracia”.	É a única que funciona, a dos EUA, constituição com poucos artigos e alguns suplementos.
11	“(...) e não observamos com uma curiosidade suspicaz a vida privada de nossos concidadãos (...)”.	Aqui vai outra lição para o Brasil e o BBB (Big Brother Brasil, Grande Irmão Brasil orwelliano) bisbilhoteiro da Rede Lobo.
11	“Instituímos muitos entretenimentos para o alívio da mente fatigada, temos concursos, temos festas religiosas regulares ao longo de todo o ano (...)”.	Aqui parece mais o Brasil, especialmente com as festas religiosas.
12	“(...) em primeiro lugar, mantemos nossa cidade aberta a todo o mundo (...)”.	Trocar cidade por país, USA.
13	“(...) porque não nos perturbamos antecipando desgraças ainda não existentes (...)”.
13	“Usamos a riqueza como uma oportunidade para agir que como um motivo de vanglória; entre nós não há vergonha na pobreza, mas a maior vergonha é não fazer o possível para evita-la”.	Antes dos 99/1 dos EUA, era assim por lá, sem demonstração de status.
13	“(...) pois olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios interesses, mas como um inútil”.	Há muitos assim no Brasil.
13	“(...) somos ousados para agir, mas ao mesmo tempo gostamos de refletir sobre os ricos que pretendemos correr (...)”.	Esse é o papel do Congresso e das Assembleias Legislativas.
14	“Essa, então, é a cidade pela qual esses homens lutaram e morreram nobremente, considerando seu dever não permitir que ela lhes fosse tomada (...)”.	Esse é um recado para a China, mandado desde o Brasil e desde os EUA.

Enfim, em tais cidades-nações os cidadãos inscrevem-se espontaneamente nas forças armadas e não são conscritos, obrigados na marra a lutar pela fração dominante. Esparta/Lacedemônia dos exercícios forçados é que desapareceu, embora tenha ganhado uma guerra contra Atenas (cujo nome permaneceu como a capital da Grécia atual).

Vitória, sexta-feira, 26 de outubro de 2018.

GAVA.