Discursos Ocultos
Detendo-nos nos discursos que os
políticos do Legislativo, os governantes do Executivo e os juízes do Judiciário
fazem já ficamos estarrecidos.
É de cair o queixo no pior sentido.
Publicar os discursos, por si só,
seria interessante para lógicos, filólogos, políticos, filósofos, cientistas
sociais, historiadores, mas não para o povo, a menos que aqueles estudiosos
possam grifar ou marcar em negrito ou itálico as passagens mais interessantes e
chamativas, de preferência comentando-as.
Da minha parte acredito que se esses e
outros estudiosos nos brindassem com os discursos analisados de todos os
envolvidos com administração pública, ficaríamos bem felizes.
Análises detidas anotadas à margem ou
com comentários de pé de página ou colocados no final do capítulo ou como fosse,
haveriam de nos divertir supremamente, especialmente se as promessas forem
comparadas com o transcorrer dos atos desses funcionários dos governos, isto é,
com o “depois” delas, o depois das promessas.
Eles cumpriram as promessas feitas?
Em resumo, elencadas as promessas na
esquerda os atos levaram ao cumprimento delas ou não? É a questão do “gravador
do Juruna”, do cotejamento das promessas com os fatos.
Melhor ainda se as trajetórias
anteriores e posteriores às passagens nos governos fossem apuradas.
E MUITO MELHOR AINDA se pessoas
treinadas puderem ler lábios e transcrever os discursos ocultos feitos pelos
políticos-governantes-juízes quando ninguém está olhando.
Claro, rapidamente eles tratariam de
evitar falar de modo a ser vistos pelos leitores labiais.
Mesmo com toda precaução algo ainda
vazaria.
Seria hilário, pois eles são cínicos e
debochados quando pensam que ninguém está ouvindo.
E riríamos duplamente, porque pensando
estar sendo vigiados haveriam de esconder as bocas, abaixando o corpo ou de mil
modos ridículos ocultando-se.
Vitória, terça-feira, 21 de setembro
de 2010.
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