sexta-feira, 26 de outubro de 2018


Adiversário

 

Aquele cara argumentou comigo que depois dos cinco primeiros anos, de que ninguém se lembra bem, a gente não sente quase dor quase nenhuma (fora as de dentes, se não tratar) até bem tarde, 40 anos ou mais, e quando elas começam a acontecer - para uns mais cedo que para outros - não param mais.

Depois dos 40 ou dos 50 não há um dia sem dor, exceto para alguns felizardos que nem se dão conta das dores dos demais, ficamos felizes por eles.

Disse que até essa idade do princípio das dores comemoramos aniversário e daí para frente o aniversário-adversário, o adiversário.

PARABÉNS PRA VOCÊS (a saúde é infinita enquanto dura)

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Gente velha reunida.
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Gente jovem cheia de companhia.

Até que venham tais dores ninguém agradece, não estar sofrendo-as, ao passo que quando começam reclamamos o tempo todo.

Concordei em gênero, número e grau.

DOLORES INDISPOSIÇÃO

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Ou é photoshop ou é um em um milhão.
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Dói em tudo.
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Não permanece, não; velhice é corporal.
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A gaveta dos comprimidos.

Há reuniões dos alcoólicos, dos desejosos de abandonar as drogas e dos workoólicos, mas ninguém apóia os que sentem dores. Você já viu reunião de gente com dor? Quem vai querer ouvir reclamações?

Bem que podia haver, não para reclamar, mas para conversar sobre soluções, que médicos procurar, que tratamentos freqüentar, onde estão as melhores academias de ginástica em cada caso e assim por diante. COM TANTOS VELHOS, em número crescente, todos com dores, certamente vamos chamar atenção de algum vereador se pelo menos pudermos nos arrastar em passeata sem sermos atropelado por qualquer motorista aborrecido com a lentidão da nossa marcha de protesto, ou com as cadeiras de rodas dos companheiros e companheiras.

Ou podemos escrever cartas se pudermos fazê-lo com artrose e tudo ou mandar e-mail para os governantes, se pudermos digitar.

Ai, tá difícil escrever.

Deixe-me parar um pouco.

Serra, quarta-feira, 09 de maio de 2012.

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