O
Adoecimento da Moeda – Credulidade
Quando um país é
incrédulo como o Brasil, em que houve inflação por 60 anos (de 1934 a 1994) ou
50 anos (alguém faça as contas), a moeda sofre, porque as pessoas (indivíduos,
famílias, grupos, empresas) param de crer.
Durante a fase de
destruição da confiança os governantes instituíram os atuais mais de 80
tributos, o RICMS do ES atingiu mais de 1.150 artigos (com vários incisos,
vários deles com letras, provavelmente no conjunto vários milhares de
entradas), as leis brasileiras nos três níveis chegaram a 4,2 milhões, os
processos de Justiça não raro atingiram milhares de páginas de interpretações e
contra-interpretações.
AS ETAPAS DO ADOECIMENTO DA CONFIANÇA
1
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2
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3
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4
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5
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Fé
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Confiança
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Crença
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Crédito
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Caução
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Quando vai diminuindo
a fé e alguns põe pressão [assim como nos EUA há essa superafirmação dos
protestantes ou nos países árabes o fanatismo assoberbante denominado
fundamentalismo], isso não é bom sinal, significa que as pessoas vão começar a
recusar.
Empurrar a confiança
para a credulidade é o fim da picada, pois o passo seguinte é a incredulidade,
esse ponto a que o Brasil chegou de ninguém acreditar mais em ninguém ou quase
ninguém (as instituições nas quais ainda se acredita um pouco são as Forças
Armadas e a Igreja), particularmente em políticos do Legislativo, governantes
do Executivo, juízes do Judiciário.
TUDO
PRECISA SER ESTUDADO (inclusive as charges e os cartuns; a descrença começa
justamente a aparecer no humor e nas revistas em quadrinhos)
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Você pode até não ir
longe, mas fica bonito.
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Lula, quando se candidatou
a Papa.
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Tem de começar a acreditar
cedo.
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Como disse Umberto
Eco (citando Aristóteles) em O Nome da Rosa, rir é controlar os
políticos: ele é o primeiro anúncio de oposição, de descrença, de que o
conjunto tem dias perigosos à frente (por exemplo, podemos dizer que os EUA em
declínio depois do 11 de setembro de 2001 começarão a sofrer de zombarias
crescentes em todos os canais; também previ que a arte deles iria começar a
sonhar a fantasia/FC e a ter pesadelos muito piores que os de antes em
Hollywood).
Tudo isso vem do
abuso em relação à crença, vem da necessidade dos tolos de levar a confiança à
credulidade, à infantilização dos povos. Vem da falta de respeito.
Serra, segunda-feira,
10 de dezembro de 2012.
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