Peidos das Mulheres
das Cavernas
Uma questão delicada que precisa ser
tratada.
Eu ia colocar somente “peidos das
mulheres”, mas soaria mal, mesmo que baixinho, pois “peido” nem consta do
dicionário e as pessoas evitam falar, usam “flatulência”, que nem é a coisa em
si, é a coisa geral, indica a condição e não o efeito, o acontecimento. Iria
colocar também “peidos das mães”, porém seria pior ainda, embora indicasse
precisamente o que desejo dizer.
Contudo, todos peidam, e acredito que
os pais-filhos muito mais que as mães-mulheres. Porque devemos esperar que os
homens peidem muito mais que as mulheres? É que - como mostrou o Modelo da
Caverna para a Expansão dos Sapiens (MCES) - as mães-mulheres se encarregavam
de 80 a 90 % de todos num espaço muito restrito, o interior da caverna e o
terreirão defronte. Obviamente se fossem peidar começaria uma guerra entre elas
e se há uma coisa em que são especialmente zelosas é no evitar conflitos. Isso
temem mais que quase tudo e procuram evitar de qualquer modo, o que é
compreensível: não seria nada fácil ter um filho na barriga, um no peito, um
nas pernas, um correndo perto e vários em volta, fora as tarefas gerais e
comuns, e começar intragáveis discussões.
Os homens saindo à caça na ampla
natureza, no mundo muito vasto com ventos e ar em profusão não se sentiam de
modo nenhum constrangidos: peidavam à vontade, até porque é intimidatório.
Assim, devemos esperar NÍTIDA separação entre uns e outras: os homens peidarão
incomparavelmente mais que as mulheres e em qualquer lugar, enquanto as
mulheres só o farão sob condições terríveis de tensão nervosa, sentindo-se
então diminuídas. Peidar é para elas indício de incapacidade de se autoconter e
o contrário um índice de perfeição. Por outro lado, elas tolerarem isso em nós
é um sinal de respeito-amor ou de seu tremendo projeto de futuro de salvar os
garotinhos a qualquer custo, inclusive o mau-gosto e o embaraço. Os homens,
claro, usam e abusam dessa liberdade adicional, dessa verdadeiramente
“detestável” condição masculina.
O peido precisa ser mais bem estudado,
pois é importante notícia psicológica sobre a condição social-psicológica
geral.
Vitória, quarta-feira, 21 de março de
2007.
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