segunda-feira, 9 de julho de 2018


Nossa Capacidade de nos Indignar com os Erros Alheios

 

No livro de Tomislav R. Femenick, Os “Herdeiros” de Deus (A Aventura dos Descobrimentos e os Negócios da Colonização), São Paulo, CenaUN, 2000, p. 40, ele diz: “Entretanto, o comércio dessa época realizado com a América era de um tipo bastante peculiar. As viagens ‘muitas vezes nada eram do que expedições de saque para pilhar as terras de além mar (...) a prata e o açúcar dificilmente chegavam à Europa sem uma mancha de sangue’, mas ninguém notava”. Nós também não percebemos as manchas de sangue atuais, por exemplo, nos animais que devoramos.

Já injuriei muitas vezes os piratas, que são realmente desprezíveis, pois parasitas (na Rede Cognata piratas = PARASITAS = POLÍTICOS = SUJOS = PODRES = SOBERBOS = AMERICANOS =SACANAS e segue). A questão não é de eles estarem errados, mas de nós estarmos sempre nos indignando somente com os erros dos outros, já que somos “os outros” dos outros: eles também se indignam com os erros dos outros, que somos nós. Não basta corrigir os outros, temos de corrigir a nós mesmos, pois como diz Milton Nascimento em sua música, “a luta é mesmo comigo”. Se cada um fizer o trabalho de ser santo o mundo inteiro será santificado.

Como nós cometemos erros?

Em primeiro lugar, temos de saber que há a Curva do Sino e por desenho de mundo 50 % sempre verão os outros 50 % como opostos, como errados, esquecendo-se da complementação. Isso quer dizer esquecer o julgamento? Não, porque está no desenho do mundo; mas podemos abrandar e adotar o ponto de vista complementar-oposto como necessário também. Tal posição não quer dizer estar contra a lei, pois esta deve ser respeitada até ser desfeita; se julgamos errada uma lei devemos nos manifestar publicamente contra ela e agir nas assembleias para conseguir sua nulificação.

Se nós – você e eu – fizermos o trabalho de não jogar lixo no chão já seremos dois. Como disse o colibri no incêndio da floresta ao crítico que debochava de ele levar um dedal de água: pelo menos estou fazendo a minha parte.

PRINCÍPIO COLIBRI


Faça a sua parte, evitando seus erros. Farei a minha e assim por diante, todos e cada um.
Vitória, domingo, 18 de fevereiro de 2007.

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