Guerras em Altas Altitudes
Suponha que o Brasil
fosse travar uma guerra com a Bolívia: os militares não estão preparados. Os
brasileiros sequer estão preparados para jogar com os times de lá nas altas
altitudes, de quatro mil metros ou mais, onde o oxigênio rareia e os pulmões
expandem, creio. Há toda uma fisiologia diferente. Os soldados deveriam levar
tanques de oxigênio nas costas, mas os de lá rapidamente aprenderiam a atirar
nos tanques para fazer explodir os portadores, de modo que seria preciso
colocar um protetor de aço impenetrável e pressurizar os tanques de guerra,
hermeticamente selados.
Ademais, uma guerra
nunca é contra o ponto, é contra o todo, contra o mundo inteiro.
GUERREANDO O MUNDO
·
CONTRA AS PESSOAS:
1.
Contra os indivíduos (não se devem subestimar um só
que seja);
2.
Contra as famílias de outra tradição cultural;
3.
Contra os grupos da Bolívia e do mundo
4.
Contra as empresas da Bolívia e do mundo;
·
CONTRA OS AMBIENTES:
5.
Contra as cidades-municípios da Bolívia e do mundo;
6.
Contra os estados-províncias da Bolívia e do mundo;
7.
Contra a nação-país boliviana e o seus apoiantes no
mundo;
8.
Contra o mundo (porque as pessoas pensam que é guerra
de predação e sendo ou não incorporará recursos, mudando a relação de poder).
Depois, é preciso
prover recursos de reconstrução, pois são os governantes os tolos e não o povo.
Além disso, a Petrobrás e a oligarquia brasileira estavam erradas em manter o
preço do BTU de gás artificialmente baixo: é preciso ter respeito pela
nação-país e essas políticas rasteiras não devem ser adotadas.
Assim, qualquer guerra
MUDA AS PERSPECTIVAS e especialmente muda as perspectivas dos militares,
particularmente essas guerras em condições especiais. TUDO dentro de um país
muda, mesmo com a menor das guerras e dos envolvimentos. Não se retorna à
condição cultural-nacional anterior. Nunca mais. Perde-se algo e não são
somente perdas materiais, perdem-se oportunidades de ver pessoas que
desaparecem. Enfim, guerras são desastres totais PARA AMBOS os envolvidos e
exceto em condições forçadas não devem ser travadas. Os militares devem zelar
mais que tudo pela paz, pois toda guerra é notícia de fracasso de relações,
tanto dos civis quanto deles mesmos, os militares, para não falar da
Chancelaria, o Ministério das Relações Exteriores, que deixou a coisa vazar até
a hostilidade: fracassou em sua missão principal em não perceberam as
armadilhas, viveram felizes na ignorância, os imbecis que empobreceram a todos.
Vitória,
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007.
ALTITUDES DA BOLÍVIA
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