quarta-feira, 18 de julho de 2018


A Liberdade de Silas

 

Silas é o cachorro labrador pink nose de Gabriel, meu filho agora com 21 anos; os dois têm uma grande identidade e Silas praticamente voa quando Gabriel acorda – dá saltos imensos, dá pinotes.

Como já mostrei, sendo Silas cão está em terceira posição na primeira natureza biológica-p.2 (fungos, plantas, animais, primatas); como estamos na sétima, passando a oitava posição na racionalidade, de nações a mundo globalizado, ele dista de nós várias passagens PESSOAIS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e AMBIENTAIS (cidades-municípios, estados, nações, mundo) – assim sendo, não tem as liberdades humanas ou racionais ou psicológicas que temos, mas também não é contido por inumeráveis símbolos de avance-páre (go-stop de sinais).

Veja, onde quer que você vá existem sinais te conduzindo ou detendo. Dentro de casa Silas não vê as coisas que vemos do mesmo jeito: para ele são passagens e obstáculos que permitem ou impedem, mas para nós são livros exigindo leitura, coisas a comprar. Nada dispara urgências em Silas. Assim, ele não tem nossas felicidades sutis (como não temos as dos deuses) e nem nossas obrigações. Há mal e há bem em a espécie dele não ter chegado à racionalidade.

SILAS É MAIS OU MENOS ASSIM (e gosta de poltronas também)


A felicidade dele vem de que se o amarem ele está sempre pronto a retribuir; não acredito que ele seja menor que nós, pelo contrário, não há tanto exigindo dele. Não é constantemente pressionado pela agora excessiva quantidade de símbolos. Vive em LIBERDADE DE AUSÊNCIA. Colocando em paralelo a possibilidade dos deuses muito mais altos que nós (acima de tudo está ELI), para eles também há muito maior número de exigências, das quais nem podemos fazer idéia – e correspondentemente há para nós essa feliz liberdade da ignorância que nem valorizamos, como a do quinto mundo em relação ao primeiro mundo.

Vitória, sexta-feira, 30 de março de 2007.

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