A Liberdade de Silas
Silas é o cachorro labrador pink nose
de Gabriel, meu filho agora com 21 anos; os dois têm uma grande identidade e
Silas praticamente voa quando Gabriel acorda – dá saltos imensos, dá pinotes.
Como já mostrei, sendo Silas cão está
em terceira posição na primeira natureza biológica-p.2 (fungos, plantas,
animais, primatas); como estamos na sétima, passando a oitava posição na
racionalidade, de nações a mundo globalizado, ele dista de nós várias passagens
PESSOAIS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e AMBIENTAIS
(cidades-municípios, estados, nações, mundo) – assim sendo, não tem as
liberdades humanas ou racionais ou psicológicas que temos, mas também não é
contido por inumeráveis símbolos de avance-páre (go-stop de sinais).
Veja, onde quer que você vá existem
sinais te conduzindo ou detendo. Dentro de casa Silas não vê as coisas que
vemos do mesmo jeito: para ele são passagens e obstáculos que permitem ou
impedem, mas para nós são livros exigindo leitura, coisas a comprar. Nada
dispara urgências em Silas. Assim, ele não tem nossas felicidades sutis (como
não temos as dos deuses) e nem nossas obrigações. Há mal e há bem em a espécie
dele não ter chegado à racionalidade.
SILAS
É MAIS OU MENOS ASSIM
(e gosta de poltronas também)
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A felicidade dele vem de que se o
amarem ele está sempre pronto a retribuir; não acredito que ele seja menor que
nós, pelo contrário, não há tanto exigindo dele. Não é constantemente
pressionado pela agora excessiva quantidade de símbolos. Vive em LIBERDADE DE
AUSÊNCIA. Colocando em paralelo a possibilidade dos deuses muito mais altos que
nós (acima de tudo está ELI), para eles também há muito maior número de
exigências, das quais nem podemos fazer idéia – e correspondentemente há para
nós essa feliz liberdade da ignorância que nem valorizamos, como a do quinto
mundo em relação ao primeiro mundo.
Vitória, sexta-feira, 30 de março de
2007.
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