sábado, 23 de junho de 2018


A Vista Chinesa

 

A China vem crescendo estrondosamente desde 1986, desde a implantação do Caminho de Duas Vias (confuciano-taoísta-budista e cristão), na base média de 10 % ao ano, o que dobra o PIB a cada sete anos; decorridos 21 anos dobrou em 1993, quadruplicou em 2000 e octuplicará em 2007. Primeiro eles querem atingir o PIB americano de 10 ou 12 trilhões de dólares (dizem que já ultrapassou dois trilhões), depois o conjunto de EUA + Japão (15 ou 17 trilhões), a seguir EUA + Japão + Europa (25 ou 29 trilhões) o que será mais de 70 % do PIB do mundo de hoje. Então, 70 + 70 + 30 = 170; e aí 70/170 = 42 % para a China, 42 % para aquele outro conjunto e 18 % para os demais 150 países, Brasil no meio. Isso, segundo dizem, lá por 2050. O mundo seria então majoritariamente oriental de novo e o Oriente teria recuperado a hegemonia civilizatória.

Entrementes, agora a China olha para os 500 anos de superprodução e superorganização ocidentais e faz de tudo para copiar qualquer coisa; porém, veja, para a China o Ocidente produziu quase tudo, como foi de fato: o Império do Centro – temor dos temores – deixou de ser do centro, tornou-se periferia, o que foi a maior das agressões, do que nos chineses só se deram conta no final do século 19.

Até então a China não tinha despertado para as evidências: que para onde quer que os chineses olhem agora os produtos e as idéias não vem da China, vem do Ocidente e do Oriente-que-copia, inclusive a China. Esta não passa de um entreposto de montagem, uma máquina xérox de 1,3 bilhão de habitantes.

Olhando da China o Ocidente fez quase tudo por cinco séculos, inventou quase tudo na música, na arquitetura e nas demais tecnartes, no Conhecimento (Magia-Arte, Teologia-Religião, Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica e Matemática). Antes de despertar a China quase foi afogada pela avalanche. Não deve ter sido nada bom para a auto-satisfação chinesa. De fato, deve ter sido desesperador.

E o resto do Oriente está esperando deles, já que a tentativa japonesa de ultrapassamento deu em nada.

Vitória, domingo, 14 de janeiro de 2007.

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