domingo, 20 de maio de 2018


Abrindo a Caixa para Olhar o Presente

 

Já mostrei repetida e insistentemente que o passado e o futuro não existem – veja as provas, é ruim ficar repetindo.

Quando a gente fala em prever (pré-ver: como seria possível ver o que não existe?) o futuro, quer dizer que dos dados acumulados (por exemplo, sobre a GM) faremos uma projeção que vai de zero a 100 % de chance de acerto, menos alguma fração de incerteza. Tão bem ia a companhia que as pessoas previam futuro semelhante ao passado, porém em 2009 ela caminhou para a falência, a terceira maior dos EUA, cujo governo federal injetou maciçamente dinheiro que não era dos políticos, era do povo, para ficar com 60 % da massa falida (e injetar mais recursos públicos). Contadores mascaram a contabilidade, empresas contratadas para fazer auditoria escondem as informações fidedignas, publicando dados falsos, como fizeram com a ENRON. E assim foi em cada uma das crises, em 2002 a pontocom, em 2008 a do mercado imobiliário altamente alavancado, daqui a pouco a da Bitcoin (quando alguém fica excitando sua cobiça, pode saber que vai te enganar). Por que diriam que é bolha? Bolhas são coisas que se dissolvem, todo mundo sabe e mesmo assim vai para o esquema de pirâmide.

Quando você olha o suposto passado, é a mesma coisa, não há nada lá, tudo foi armazenado na margem esquerda (no sistema de leitura ocidental, da esquerda para a direita: passado, presente, futuro) do cubo do presente.

ENTÃO, tanto num caso como no outro, você está olhando o presente. A diferença é que para o passado alguém viveu os presentes de lá, facilita olhar os papéis dos antigos presentes, ler os testemunhos, ver as pinturas, ouvir os sons quando possível, dialogar com as pessoas que viveram em tais épocas, pesquisando na mídia: você abre a caixa de informações que foram presentes, trazidas e vistas no presente único. Muitas vezes são escondidas por conspirações ou não: tem de estar atento, de ser esperto, de desconfiar, de buscar confirmação, de atestar - digamos os arqueólogos ou os geo-historiadores -, para colocar em choque os contrastáveis.

Você precisa DO MÁXIMO DE DADOS.

Não pode confiar no primeiro que pegar, tem de buscar a oposição, a negação, como está posto em A Busca da Prova Invalidante, não devendo se esforçar para confirmar e sim para encontrar o que faz falhar a afirmação. Ora, isso quer dizer, tanto para o futuro quanto mais ainda para o passado, DISPOR DE BOAS E CONFIÁVEIS BASES DE DADOS e de bons pesquisadores treinados e atentos.

Vitória, segunda-feira, 20 de maio de 2018.

GAVA.

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