A Tarefa de Esconder
El Dorado
Se El Dorado está mesmo lá há 200 mil
anos, desde o aparecimento dos neandertais (pode ter vindo porque apareceram ou
apareceram porque veio), lembre-se que levou um tempo enorme até eles chegarem
à América do Sul. Depois, os cro-magnons só surgiram há 80 ou 70 mil anos
(imaginei que no “compridinho da Ásia”, o lago Baikal) – tiveram de caminhar
tudo de novo. A seguir, a passagem em Bering fechou no fim da última glaciação
de Worms lá por 12 a 10 mil anos atrás, de modo que daí para frente não
apareceram muitos visitantes. De toda forma era no lugar mais insalubre do
mundo, bem no centro da Amazônia.
Das outras três posições uma fica no
fundo do Oceano, uma fica na atual República Democrática do Congo (RPC) e a
terceira em Kalimantan, Bornéu, Indonésia, onde não sei como foram protegidas.
Em El Dorado, em particular, sobraram
os índios que se aventuraram. Estes devem ter sido cooptados. De qualquer modo
- quando chegaram lá - os supostos silos já deviam estar cobertos de grandes
árvores, porque receberam poeira, água, lama, restos florestais e animais, todo
gênero de detrito em quem sabe quantos metros de cobertura. As duas pirâmides
artificiais, se é que estão lá, também estavam obliteradas, ocultadas
lateralmente por montanhas de barro e uma sucessão completa de árvores em
clímax (não demora nem 10 mil anos atingir clímax de ecossistema).
Não é tão difícil assim na Amazônia.
Mas, e em Kalimantan e na RDC? Na
primeira estavam os indonésios há longo tempo e eles são desenvolvidos. Na
segunda estavam os negros há mais tempo ainda. Como explicar isso? De fato, nem
achei os lugares ainda, porque eles podem estar sobre o antigo equador da Terra
e não no equador atual.
Contudo, de longe mais difícil que tudo
será ocultar El Dorado DEPOIS QUE TIVER SIDO VISTO (se é que está mesmo lá).
Como dizer que não está lá algo que todo mundo viu?
As gerações seguintes perdem a
memória.
Em todo caso, os militares irão vedar,
com sua rede de segredos de Estado e suas supostas “prevenções contra o inimigo”.
Eles arranjarão todo gênero de desculpas e depois do pipocar dos primeiros anos
e das primeiras décadas o amortecimento levará ao ocultamento subseqüente. Como
é que as coisas conhecidas de antigamente se tornaram esquecidas hoje? As
sociedades “de segredos” são craques em ocultamento. De toda forma as coisas
assentam mesmo, esfriam com as novidades que são colocadas adiante.
Vitória, segunda-feira, 13 de
fevereiro de 2006.
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