A Atrasada Europa de
2006, o Povo Novo Europeu e a Chineuropa
Em seu livro Ciência a Jato, Rio de Janeiro, Record, 2005 Alan Axelrod diz na
página 50: “Infelizmente a maior parte do mundo demorou para aceitar e dar
valor a esta dádiva. Principalmente na atrasada Europa da Idade das Trevas, a
maioria das pessoas continuou a utilizar sistemas aritméticos grosseiros que
não tinham zero”, ajudando a propagar a idéia errada de que houve mesmo trevas
que duraram “mil anos” (da realidade de 476 a 1453, 977 anos; e essa
classificação foi feita depois).
De fato, não pode ter sido assim.
Os gregos realmente conseguiram
avançar bastante o Conhecimento (Magia-Arte, Teologia-Religião,
Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica e Matemática) em certas partes e não em
outras: as elites dispararam na frente, com os patrícios excluindo quase todos,
inclusive mulheres, o que o cristianismo veio reparar depois (veja no Livro 1 A Polêmica de Hart). Esse milênio foi o
de reconstrução das almas, levando as elites a se abrirem ao povo, trabalho
central de Cristo, que com isso fundou a vitoriosa civilização ocidental. Havia
uma tremenda disparidade antiga entre elites muito adiantadas e povo muito
atrasado e submisso.
Nas páginas 59/60 ele diz:
“Poucos séculos depois, os chineses já imprimiam livros inteiros
regularmente, enquanto os escribas europeus ainda se esfalfavam para produzir
à mão, com a pena, algumas cópias de uma obra”.
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Os chineses eram elitistas
e assim permaneceram até a revolução socialista de 1949, mudando
definitivamente a partir de 1986 com o Caminho de Duas Vias que uniu China
(de Confúcio, de Lao Tse, de Buda) com o cristianismo; antes disso nada
passava de cima para baixo. O cristianismo europeu, justamente, AO INVENTAR O
POVO - para isso levando mil anos – deu-lhes aquilo que os chineses não
tinham, apesar de toda gente: mercado amplo.
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“O conhecimento, que fora propriedade exclusiva dos
pouquíssimos que podiam comprar um pequeno número de preciosos livros
manuscritos, estava agora disponível para muitos, e quando cada vez mais
pessoas tiveram acesso a ele, o próprio conhecimento se transformou com
rapidez cada vez maior. Os tipos móveis mudaram a própria civilização”.
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Exatamente isso: os de
baixo podiam ler. O povão pouco conseguiu, mas emergiu a burguesia, que em 1789
atingiu o poder na Franca e antes ainda em 1776 nos EUA, criando mercados
antes inimagináveis (além de inimaginados).
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Axelrod acompanha os mitos, não
analisa em profundidade e porisso mesmo não vê. Os europeus do Iluminismo se
esqueceram de sua herança, renegaram-na.
A China – fora os méritos próprios de
muito trabalho e pensamento – está se tornando o que é mercê do cristianismo,
primeiro porque muito conhecimento veio da Europa e depois por estar mirando o
exemplo europeu de abertura. A Europa levou MIL ANOS para inventar um povo
novo. A China já tinha em 1986 um povo homogêneo e a ordem vinda de cima está
passando facilmente; não é modificação de fundo, é de superfície.
Vitória, terça-feira,
18 de abril de 2006.
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