terça-feira, 23 de janeiro de 2018


A Atrasada Europa de 2006, o Povo Novo Europeu e a Chineuropa

 

Em seu livro Ciência a Jato, Rio de Janeiro, Record, 2005 Alan Axelrod diz na página 50: “Infelizmente a maior parte do mundo demorou para aceitar e dar valor a esta dádiva. Principalmente na atrasada Europa da Idade das Trevas, a maioria das pessoas continuou a utilizar sistemas aritméticos grosseiros que não tinham zero”, ajudando a propagar a idéia errada de que houve mesmo trevas que duraram “mil anos” (da realidade de 476 a 1453, 977 anos; e essa classificação foi feita depois).

De fato, não pode ter sido assim.

Os gregos realmente conseguiram avançar bastante o Conhecimento (Magia-Arte, Teologia-Religião, Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica e Matemática) em certas partes e não em outras: as elites dispararam na frente, com os patrícios excluindo quase todos, inclusive mulheres, o que o cristianismo veio reparar depois (veja no Livro 1 A Polêmica de Hart). Esse milênio foi o de reconstrução das almas, levando as elites a se abrirem ao povo, trabalho central de Cristo, que com isso fundou a vitoriosa civilização ocidental. Havia uma tremenda disparidade antiga entre elites muito adiantadas e povo muito atrasado e submisso.

Nas páginas 59/60 ele diz:

“Poucos séculos depois, os chineses já imprimiam livros inteiros regularmente, enquanto os escribas europeus ainda se esfalfavam para produzir à mão, com a pena, algumas cópias de uma obra”.
Os chineses eram elitistas e assim permaneceram até a revolução socialista de 1949, mudando definitivamente a partir de 1986 com o Caminho de Duas Vias que uniu China (de Confúcio, de Lao Tse, de Buda) com o cristianismo; antes disso nada passava de cima para baixo. O cristianismo europeu, justamente, AO INVENTAR O POVO - para isso levando mil anos – deu-lhes aquilo que os chineses não tinham, apesar de toda gente: mercado amplo.
“O conhecimento, que fora propriedade exclusiva dos pouquíssimos que podiam comprar um pequeno número de preciosos livros manuscritos, estava agora disponível para muitos, e quando cada vez mais pessoas tiveram acesso a ele, o próprio conhecimento se transformou com rapidez cada vez maior. Os tipos móveis mudaram a própria civilização”.
Exatamente isso: os de baixo podiam ler. O povão pouco conseguiu, mas emergiu a burguesia, que em 1789 atingiu o poder na Franca e antes ainda em 1776 nos EUA, criando mercados antes inimagináveis (além de inimaginados).

Axelrod acompanha os mitos, não analisa em profundidade e porisso mesmo não vê. Os europeus do Iluminismo se esqueceram de sua herança, renegaram-na.

A China – fora os méritos próprios de muito trabalho e pensamento – está se tornando o que é mercê do cristianismo, primeiro porque muito conhecimento veio da Europa e depois por estar mirando o exemplo europeu de abertura. A Europa levou MIL ANOS para inventar um povo novo. A China já tinha em 1986 um povo homogêneo e a ordem vinda de cima está passando facilmente; não é modificação de fundo, é de superfície.
Vitória, terça-feira, 18 de abril de 2006.

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