quarta-feira, 20 de dezembro de 2017


A Liberdade dos Piratas

 

Vale a pena investigar Drake e outros piratas sob outra ótica.

É claro que eles foram ladrões safados com cartas patentes dadas pelos próprios reis ingleses e outros para roubarem nos mares, mas por outro lado pense que os excessos de ouro e objetos que traziam introduziam certa liberdade nas economias ou produções de seus países.

Evidentemente aquilo que traziam, por não estar escorado na produção, significava inflação (o que também deve ser investigado), mas dava aos reis folga em relação aos banqueiros que os viviam explorando, ou a estes o excesso de dinheiro com que financiar a produção. Também é certo que viciava, como viciou os portugueses e espanhóis, viver da produção alheia, como acontecida com as especiarias trazidas do Oriente e vendidas por 10 ou 100 vezes ou mis o preço de origem, não sei; ou os saques generalizados promovidos por ambos os povos ibéricos nos países colonizados das Américas, da África e da Ásia.

Por outro lado, pensemos, o pirata de repente chegava com ouro, prata, platina, objetos e introduzia tudo isso de chofre na coletividade; quem pegava podia comprar produtos e serviços verdadeiros escorados na produção e todo o coletivo respirava ares de liberdade por um breve período, tinha um novo fôlego, dava festas, os reis exibiam tal exagero. Essa largueza lançava a sociedade a audácias que ela não teria de outro modo, primitiva que era a Inglaterra, escondida lá no extremo da Europa e julgada rude. Essas folgas davam novo ânimo, impulsionavam.

De repente chegava um navio cheio de ouro e era uma festança, os ricos podiam construir castelos, financiar a indústria de construção civil, comprar a produção inglesa de roupas, móveis e o que mais fosse; nesses surtos de prosperidade artificial os piratas devem ter contribuído de alguma forma para o desenvolvimento econômico e a prosperidade geral.

Não que eu recomende a pirataria, pelo contrário, tenho raiva dela, mas devemos reconhecer o fenômeno.

Vitória, segunda-feira, 09 de janeiro de 2006.

 

O PRÊMIO DO BANDIDO (virou Sir e nome de escola)

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