Praça-Terreirão
No Modelo da Caverna
para a Expansão dos Sapiens (MCES) fomos sucessivamente organizando as
percepções em torno da idéia de homens (machos e pseudofêmeas) caçadores e
mulheres (fêmeas e pseudomachos) coletoras, grupos exclusivistas, os primeiros
indo e as segundas ficando, o que foi misturado quando do assentamento dos
homens pela agropecuária-extrativismo primitiva inventada pelas mulheres.
As mulheres ficavam
na caverna, que organizavam minuciosamente para 80 a 90 % de todos, indo somente
20 a 10 % da tribo. Dentro era tudo superdeterminado e na frente ficava o
terreirão excludente, que excluía os animais e os vegetais. Penso que as
mulheres procuravam arrancar todos as plantas que poderiam fornecer abrigo a
insetos e vermes, inclusive cobras, porque eles eram os grandes inimigos dos
queridinhos, os garotos, e para protegê-los os gatos e cachorros de boca
pequena foram incorporados.
A
CAVERNA (esta
certamente não ficava debaixo d’água, porque o nível do mar esteve muito mais
baixo; diante da boca ficava o terreirão) – as marcas de passagem humana ainda
devem estar lá, tanto dentro da caverna quanto no terreirão defronte.
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UM
TERREIRÃO DIANTE DE CAVERNA
(talvez você não reconheça de pronto, porque é chamado agora de PRAÇA e a
caverna diante dela é uma construção contemporânea)
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O terreirão não era apenas um espaço
diante da caverna, era um ESPAÇOTEMPO PSICOLÓGICO, humano e humanizante,
racional, para pensar a tribo e a coletivização que as mulheres foram
construindo na ausência dos homens. Isso não aconteceu com nenhuma espécie na
Terra, hora os humanóides, no interior dos quais as mulheres foram alçadas a um
papel proeminente, de condutoras da espécie por pelo menos cinco milhões de
anos até o assentamento realizado nas pós-cavernas, nas pré-cidades e nas
cidades desde Jericó há apenas 11 mil anos.
Então, para resumir, o terreirão era o
INSTRUMENTO HUMANO DE SOCIALIZAÇÃO, através do qual a humanidade foi tornada
humana, porque conversava, porque desenvolvia a língua, porque freqüentou ali a
primeira escola.
ERA
ASSIM (as aldeias
indígenas atuais são desenhos das antigas pós-cavernas e pré-cidades, mas o
terreirão comum diante da taba ou do conjunto delas é representativo do
terreirão civilizador)
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TODAS
AS PRAÇAS E PARQUES DE HOJE SÃO EVOCAÇÕES DO TERREIRÃO (a nostalgia é imensa, ainda que não
se saiba identificar de onde vem) – nos lembramos daqueles tempos de milhões de
modos diferentes. Ainda pagamos tributo àquela vida de antigamente e não somos
felizes senão em coletividade. Quanto mais praças e parques fizerem mais
felizes seremos.
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Não há felicidade fora da vida
coletiva, porque as mulheres passavam ali toda a sua vida, do colo até morrer,
exceto quando saíam para constituir nova caverna e colméia; e os homens ficavam
ali até os 13 anos, quando eram desgarrados para se tornarem guerreiros por
proteína grande, voltando sempre com uma saudade imensa, inesgotável. Assim
fomos formados e assim seremos para sempre. Quando a humanidade for ao espaço
profundo a Terra será o terreirão.
Vitória, agosto de 2005.
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