sábado, 18 de novembro de 2017


Deformidades das Elites da Periferia

 

                            Estávamos minha filha Clara e eu na ante-sala de um consultório na desagradável espera pela irresponsabilidade dos médicos quando ela começou a ler uma revista local, do Espírito Santo, Class (os aduladores das elites locais sempre dão nomes estrangeiros às coisas pensando agradar às elites de fora, mas é o contrário, com isso patenteiam o provincianismo), e lá estavam figuras e mais figuras das elites monetárias locais, que são disformes por comparação com as doutros lugares. Por quê acontece isso, se estatisticamente isso não deveria ocorrer?

                            É que nos lugares grandes há muita atração da gente mais competente, mais instruída, mais bela, mais rica e por isso quando ela é retratada lá estão os “melhores” exemplares humanos, julgados tais. Todos os “melhores” do Brasil inteiro iam para o Rio de Janeiro, capital da República até 1960 e a maior renda percapita. Assim, quando Caras (o nome é português, veja) mostra, sempre tem um conjunto muito maior dentro do qual escolher e escolher com largueza, enquanto Class deve apresentar o que estiver disponível.

                            CLASS E CARAS


O AMBIENTE DE CARAS (é o Brasil inteiro, eventualmente até o mundo)


O AMBIENTE DE CLASS (é uma classe muito pequena e muito apagadinha, quase não dá para enxergar)


Em resumo, Caras tem muito mais gente para escolher, o volume ofertado é muito mais diversificado e variado, podendo-se tirar tal ou qual figura mais expressiva. Class deve se contentar com quem não foi embora ou não aparece alhures, porque se aparecer lá não vai querer se rebaixar a circular num veículo muito menor aqui.

Vitória, agosto de 2005.

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