Todas
as Coisas Esquisitas que em Volta de Mim Acontecem
Quando eu tinha por
volta de 20 anos ia com meus amigos PACOS e GHB ao Rio de Janeiro e via lá aquela
gente esquisita, empinada - muitos velhos aposentados (é a Miami do Brasil) -,
distante, civilizada demais e estranhava tanta diferença. Depois em todas as
vezes que viajei por aí – não foram muitas em relação à ânsia das pessoas por
viagens, pois não gosto de viajar – tive a mesma sensação de esquisitice em
relação ao povo mais simples e intimista das províncias de onde ia, Linhares e
Vitória, Espírito Santo.
Que gente estranha,
meu Deus!
Naturalmente eles
sentiam a mesma coisa.
Quando vemos agora os programas
documentários do National Geographic
e do Discovery sobre os
comportamentos estranhos isso coloca o relativismo cultural, que não é ensinado
nas escolas: não mostramos aos alunos o direito dos outros a suas crenças e
comportamentos distintos, quando não corpos e peles, quer dizer, não
discursamos sobre a propriedade das diferenças apoiarem e resguardarem as
semelhanças, não falamos do par polar oposto/complementar igual/desigual. Não
falamos daquilo que denominei Escola da Esfera, o fato de que diametralmente
pelo centro todos os pontos são opostos/complementares dois a dois e, no
entanto, pertencem e compõe a mesma belíssima esfera. Não debatemos a questão
da liberdade na igualdade e na dessemelhança. Não discutimos o direito dos
outros povos à liberdade e a SUAS necessidades. Se os antípodas têm crenças
contrárias às nossas logo queremos violentá-los, acomodá-los ao nosso modo de
ser.
Não há esforço sistemático do
ensinaprendizado no sentido de incorporar ao nosso modelo compreensivo as diferenças
e incompatibilidades, de aceitar o direito dos povos e das elites estranhas às
suas formações. Isso não foi feito sob a forma de programa ou sistema em lugar
nenhum do mundo, como código escolar introduzido no currículo.
Vitória, agosto de 2005.
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