sábado, 21 de outubro de 2017


Reducionismo Hitlerista

 

                            Meu filho Gabriel perguntou como os alemães poderiam ter vencido a Segunda Guerra Mundial e eu disse que se tivessem se disposto a resolver muitos problemas, todos os problemas da Terra; mas, se tivessem feito isso teriam sido grandes discípulos de Cristo, não teriam cometido os horrores que cometeram. A grande dificuldade de Hitler foi o reducionismo, a superafirmação da redução, pois queria resolver problemas para poucos, assim como Mussolini e os generais todos (Napoleão, César, Gêngis Kuhn e outros). Resolver para poucos é fácil, resolver para muitos ou para todos é que é difícil.

                            Como sabemos agora do modelo a aptidão do mais forte vem dele ser forte na resolução de problemas: quanto mais se candidata a resolvedor de problemas mais do futuro acessa por mais tempo. Se Constantinopla persistiu por mil anos foi porque por mil anos soube resolver problemas. Se a China persiste há 45 séculos é porque de um modo ou de outro conseguiu acomodar cada vez mais gente. Se o Ocidente domina agora foi porque abriu para abrigar cada vez maiores contingentes.

                            Hitler fechou e esse foi o grande pecado dele e de todos como ele. Fechou para os judeus e para os ciganos, fechou para os não-arianos e para os não-alemães, fechou para os que não partilhavam suas crenças, fechou para as mulheres e os negros, fechou de mil modos; seu mundo iria se tornando cada vez menor e “mais perfeito”, perfeito em sua pequenez crescente. Não pense que o demônio não é brilhante, ele é brilhante e perfeito; a questão toda é que deseja excluir os imperfeitos e o número desses só faz aumentar, segundo sua concepção. Pois só Deus pode ver a perfeição de todos e cada um, só Deus sabe valorizar a todos e cada um, até o demônio, até Hitler em sua sordidez.

                            Em resumo, podemos dizer que Hitler cresceu enquanto ampliou a solução de problemas e diminuiu quando reduziu o número daqueles a atender.

                            Vitória, agosto de 2005.

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