Delação Premiada da
Rasteira Preventiva
Na época do Plano
Cruzado do ex-presidente Dom Sarninha, Tom Jobim dizia que o Brasil era um país
todo às avessas, de cabeça para baixo: os traficantes cheiravam, as putas
gozavam e um carro velho custava mais que um novo. Mias recentemente, como
relatei, Léo Jaime foi perseguido e marcado como “o cara que recorre à Justiça”
pelos seus direitos.
Apareceu agora essa
figura da “delação premiada, ” a deduragem recompensada e estimulada no plano
da política. Não é como nos EUA, onde existe o “programa de proteção à testemunha”,
em que meramente ela é escondida por se prestar a denunciar os antigos
companheiros de crime em troca de imunidade. Aqui é mais que isso, recebe o
aplauso da coletividade. É como aquilo que é chamado de “rasteira preventiva”:
em vez de você ser jantado pelo cara você o almoça. Não há motivo nenhum para a
rasteira, mas só para evitar que ele possa fazer isso em você, você faz
primeiro nele.
Na revista O Último Americano (em 4 edições), Rio
de Janeiro, Globo, 1992 (original americano de 1990 de Alan Grant, Michael
MacMahon e John Wagner) há um diálogo entre o presidente americano e o soldado
Pilgrim, parte 2, meio da revista:
PRESIDENTE – vai haver uma guerra,
Pilgrim. O ultimato do Pacto expira em 48 horas. Não podemos recuar. Meus
conselheiros já começam a falar em ataque antecipado...
PILGRIM – Dar a retaliação ANTES. Boa idéia, Sr. Presidente.
Alguém precisa começar.
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Ótima revista, estou anexando-a numa
matéria deste Livro 133, porque vale a pena filmar.
O Brasil é assim,
porém mais esquisito que os EUA.
É TÃO ESQUISITO que
no Espírito Santo numa certa sala da Rua 7 de Setembro em Vitória descobriram
NOTAS FISCAIS FRIAS CALÇADAS, como já relatei. Notas calçadas são aquelas que
com valores diferentes nas vias que são mostradas ao Fisco no transporte e nas
que ficam na contabilidade para emissão aos auditores. Notas frias são as
falsificadas. Ou seja, estavam falsificando a falsificação.
Vitória,
agosto de 2005.
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