Cinema em Revista
Sempre fui fã de
revistas em quadrinhos.
Enquanto no cinema
todas as atividades estão separadas, na RQ elas estão reunidas na figura do
conjunto de roteiristas e desenhistas.
ROTEIRO-DESENHISTA
1. Diretor (em que ordem os cenários e as
figuras serão vistos pelo espectador; o que atores e atrizes dirão com que
ênfase);
2. Continuísta (o cara que corta os
pedaços das filmagens para colá-los numa seqüência inteligível, sob os olhares
do diretor);
3. Desenhista das story board (painéis
desenhados que colocam as primeiras posições dos roteiros);
4. Roteirista (que faz o roteiro ou
script);
5. Pessoal da maquiagem;
6. Pessoal das roupas e cenários;
7. Produtor (que arranja a grana e coloca
tudo à disposição dos outros nos prazos e lugares certos);
8. Fotógrafo (é o próprio desenhista);
9. Várias outras ocupações.
O roteirista-desenhista de quadrinhos
por vezes é um só, ou dois, ou dois polos, não são dezenas nem centenas. Por
vezes produzem estórias memoráveis, que ficam para sempre, tão deliciosas são;
por vezes são apenas curiosas ou bem cuidadas ou o que for. A que vou anexar
como exemplo está longe de ser a mais maravilhosa que vi, mas é muito boa,
ainda que depressiva, ao contrário do em geral otimista americano. Está mais
para o Oriente, onde o mocinho e a mocinha morrem no fim. No caso de O Último Americano (já citado neste
Livro 133 do artigo Delação Premiada...),
de 1990, há o clima deprimente de final de década dos 1980, quando ainda
existia o Pacto (de Varsóvia, terminou em 1989; a revista é de 1990 nos EUA,
mas aparentemente os autores tinham escrito o roteiro antes) e a URSS e seus
satélites.
Existem milhares de revistas que
dariam bons roteiros, como os cineastas estão descobrindo em toda uma safra
nova de cinema.
Vitória, agosto de 2005.
AS
REVISTAS EM QUADRINHOS COMO BASE PARA O CINEMA
Entrevista com Roberto Guedes, autor de Quando
Surgem os Super-Heróis
Por Rafael
Cardoso — Terça, 1 de
junho de 2004
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