terça-feira, 24 de outubro de 2017


Biblioteca de Relações


 

                            Para o passado, mesmo com as curtas vidas que temos ou olhando através dos olhos dos outros nas descrições viciadas por escolhas e preferências que sobraram nas contagens geo-históricas vemos que as coisas de hoje são sublimemente mais avançadas que as de antes; contudo, em relação ao que poderiam ser, deixam muito a desejar, pelo menos para os que são capazes de desejar a perfeição em mais alto estágio do ser, do ter e do estar.

                            Particularmente, podemos ver que a partir das páginas policiais dos jornais (e até das econômicas e sociológicas, embora essas partições segundo as linhas do modelo não existam) poderia alguém dedicado suprir a falta de consistência dos personagens (pelo menos dos autores menores, porque os gênios artísticos dos prosadores não são chamados assim atoa), coletando e organizando os argumentos que ali vão dar a partir do real dos envolvimentos no dia-a-dia. Método, dedicação, o princípio da parcimônia de Occan, contenção, respeito pelo tempo alheio irão produzir um catálogo muito útil da composição de tais personagem para filmes e romances; e a experiência nisso acabará por proporcionar ao longo de décadas árvores de relações a serem utilizadas para obter pessoambientes (PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos e empresas; AMBIENTES: cidades/municípios, estados, nações e mundos) extraordinariamente consistentes e parecidas com o real, porisso mesmo mais respeitáveis lógica e factivelmente.

                            E através de um meio tão simples.

                            As pessoas simplesmente vão vivendo suas vidas com os enredos que lhes competem, os jornais noticiam dia-a-dia (muito repetitivo, por sinal), as pessoas coletariam, organizando a apresentando resumos nos livros a serem colecionados; quando qualquer escritor necessitasse consultaria os livros ou a Internet ou os sítios de coletores.

                            Nós leitores passaríamos a ter roteiros muito mais consistentes, fossem engraçados ou trágicos. Com o tempo teríamos até uma árvore de relações.

                            RELAÇÕES DAS ÁRVORES (aprimoramento da Biblioteca 1.0)


                            Vitória, agosto de 2005.

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