As
Mulheres que Trouxeram as Imperfeições até Nós
Se
a luta é pela SOBREVIVÊNCIA DO MAIS APTO como é que chegaram até nós quatro (na
avaliação de Asimov) ou cinco mil doenças genéticas? Se os homens só
detectariam parte delas depois da idade procriativa que começava, digamos, aos
13 anos na passagem do garoto a guerreiro os homens (machos e pseudofêmeas)
caçadores não deixariam os fracos prosperarem, porque eles não serviriam à
caça. Pelo contrário, tenderiam a selecionar os fortes, os superfortes, os hiperfortes,
os supersuperfortes e assim por diante, até contrair a tribo a pouquíssimos,
com poucos problemas por resolver e quase nada de futuro. Parece que esse é o
caminho melhor, mas não é, porque contrai sempre o círculo (é o caminho
nazifascista e hitlerista). Enfim, pelo lado dos homens as crianças de até 13
anos fracas e doentes teriam sido mortas antes de atingir a maioridade, pois
nem se daria comida (e água, que muitas vezes devia ser buscada fora das
cavernas) àqueles cujo valor de sobrevivência fosse desde logo patentemente -
ou potencialmente - pequeno ou tendente a nulo.
TODOS OS FRACOS TERIAM SIDO MORTOS
· Os deficientes
físicos (de corpo) e mentais;
· Os anãos e as anãs;
· As mutações brancas
entre os neandertais negros das origens na Forquilha na África;
· Os portadores
daquelas quatro a cinco mil doenças;
· Os que comessem
muito, os que ficassem prostrados, os de baixa relação energética (que
rendessem pouco em relação aos alimentos ingeridos);
· Os velhos e as
velhas;
· Os inférteis e as
inférteis;
· E assim por diante a
lista imensa dos “fracos”.
Ora, todos esses
sobreviveram.
Por quê?
Porque as mulheres os
protegeram.
Todos os “fracos” são
devedores da compaixão das mulheres.
Então, a
sobrevivência não é do mais apto.
A SOBREVIVÊNCIA DE QUAL MAIS APTO?
· Sobrevivência da PESSOA mais apta:
1. Dos indivíduos mais
aptos (logo no início, começou com as algas cianofíceas e as amebas);
2. Das famílias (desde
que o sexo foi inventado vem sendo desenvolvido o SEXO MAIS APTO na luta pela
sobrevivência da aproximação e troca genética);
3. Dos grupos (a partir
dos coletivos animais de caça);
4. Das empresas (com os
hominídeos);
· Sobrevivência do AMBIENTE mais apto:
1. Das
cidades/municípios (depois das cavernas, das pós-cavernas, das pré-cidades
começou outra disputa);
2. Dos estados (desde
depois das cidades-estado gregas);
3. Das nações (a partir
do Iluminismo, talvez);
4. Dos mundos (o
primeiro ainda está por ser constituído com o recente movimento pela
globalização).
A sobrevivência é agora da coletividade mais apta e não
mais do indivíduo; é do todo e não da parte.
Por quê?
Porque a compaixão
das mulheres alargou o mundo, assim como a de Cristo muito depois desse começo
(certamente Cristo mirou na mãe, Maria) dilatou ainda mais. Foi incorporando
cada vez mais gente. Porque as mulheres por amor e por compaixão protegiam os
fracos, eles foram sendo incorporados à humanidade geral, mesmo quando, muito à
frente, houve a negação das próprias mulheres como humanas (diziam na
Antigüidade pré-cristã que elas não possuíam alma), depois a exclusão dos
negros e de outros (inclusive, com Hitler, dos judeus, dos ciganos e de muitos
outros não-arianos) grupos e subgrupos. O amor, alargando as fronteiras do
mundo, abrigou cada vez mais gente, até sermos os bilhões imperfeitos de hoje e
não as poucas centenas que existiriam no outro caminho (no qual NENHUM DE NÓS
estaríamos vivos, porque todos têm uma ou outra imperfeição ou doença). O amor,
ao alargar as fronteiras, produziu uma carga cada vez maior de problemas a
resolver e - por via do esforço continuado - de problemas resolvidos, o que
aumentou prodigiosamente a humanidade.
Sim, foram as
mulheres que através do útero e da compaixão trouxeram os imperfeitos que todos somos
até o presente. Se o mundo dependesse só de caça todos teriam sido
mortos ou reduzidos a tão poucos que nem sei se a Natureza pré-humana não os
teria estraçalhado, triturado até o último exemplar há muito tempo.
Assim, de uma coisa
que a princípio pareceria ruim veio o bem.
Estranhos caminhos.
Vitória,
quinta-feira, 04 de agosto de 2005.
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