domingo, 22 de outubro de 2017


As Mulheres que Trouxeram as Imperfeições até Nós

 

                            Se a luta é pela SOBREVIVÊNCIA DO MAIS APTO como é que chegaram até nós quatro (na avaliação de Asimov) ou cinco mil doenças genéticas? Se os homens só detectariam parte delas depois da idade procriativa que começava, digamos, aos 13 anos na passagem do garoto a guerreiro os homens (machos e pseudofêmeas) caçadores não deixariam os fracos prosperarem, porque eles não serviriam à caça. Pelo contrário, tenderiam a selecionar os fortes, os superfortes, os hiperfortes, os supersuperfortes e assim por diante, até contrair a tribo a pouquíssimos, com poucos problemas por resolver e quase nada de futuro. Parece que esse é o caminho melhor, mas não é, porque contrai sempre o círculo (é o caminho nazifascista e hitlerista). Enfim, pelo lado dos homens as crianças de até 13 anos fracas e doentes teriam sido mortas antes de atingir a maioridade, pois nem se daria comida (e água, que muitas vezes devia ser buscada fora das cavernas) àqueles cujo valor de sobrevivência fosse desde logo patentemente - ou potencialmente - pequeno ou tendente a nulo.

                            TODOS OS FRACOS TERIAM SIDO MORTOS

·       Os deficientes físicos (de corpo) e mentais;

·       Os anãos e as anãs;

·       As mutações brancas entre os neandertais negros das origens na Forquilha na África;

·       Os portadores daquelas quatro a cinco mil doenças;

·       Os que comessem muito, os que ficassem prostrados, os de baixa relação energética (que rendessem pouco em relação aos alimentos ingeridos);

·       Os velhos e as velhas;

·       Os inférteis e as inférteis;

·       E assim por diante a lista imensa dos “fracos”.

Ora, todos esses sobreviveram.

Por quê?

Porque as mulheres os protegeram.

Todos os “fracos” são devedores da compaixão das mulheres.

Então, a sobrevivência não é do mais apto.

A SOBREVIVÊNCIA DE QUAL MAIS APTO?

·       Sobrevivência da PESSOA mais apta:

1.       Dos indivíduos mais aptos (logo no início, começou com as algas cianofíceas e as amebas);

2.       Das famílias (desde que o sexo foi inventado vem sendo desenvolvido o SEXO MAIS APTO na luta pela sobrevivência da aproximação e troca genética);

3.      Dos grupos (a partir dos coletivos animais de caça);

4.      Das empresas (com os hominídeos);

·       Sobrevivência do AMBIENTE mais apto:

1.       Das cidades/municípios (depois das cavernas, das pós-cavernas, das pré-cidades começou outra disputa);

2.       Dos estados (desde depois das cidades-estado gregas);

3.      Das nações (a partir do Iluminismo, talvez);

4.      Dos mundos (o primeiro ainda está por ser constituído com o recente movimento pela globalização).

A sobrevivência é agora da coletividade mais apta e não mais do indivíduo; é do todo e não da parte.

Por quê?

Porque a compaixão das mulheres alargou o mundo, assim como a de Cristo muito depois desse começo (certamente Cristo mirou na mãe, Maria) dilatou ainda mais. Foi incorporando cada vez mais gente. Porque as mulheres por amor e por compaixão protegiam os fracos, eles foram sendo incorporados à humanidade geral, mesmo quando, muito à frente, houve a negação das próprias mulheres como humanas (diziam na Antigüidade pré-cristã que elas não possuíam alma), depois a exclusão dos negros e de outros (inclusive, com Hitler, dos judeus, dos ciganos e de muitos outros não-arianos) grupos e subgrupos. O amor, alargando as fronteiras do mundo, abrigou cada vez mais gente, até sermos os bilhões imperfeitos de hoje e não as poucas centenas que existiriam no outro caminho (no qual NENHUM DE NÓS estaríamos vivos, porque todos têm uma ou outra imperfeição ou doença). O amor, ao alargar as fronteiras, produziu uma carga cada vez maior de problemas a resolver e - por via do esforço continuado - de problemas resolvidos, o que aumentou prodigiosamente a humanidade.

Sim, foram as mulheres que através do útero e da compaixão trouxeram os imperfeitos que todos somos até o presente. Se o mundo dependesse só de caça todos teriam sido mortos ou reduzidos a tão poucos que nem sei se a Natureza pré-humana não os teria estraçalhado, triturado até o último exemplar há muito tempo.

Assim, de uma coisa que a princípio pareceria ruim veio o bem.

Estranhos caminhos.

Vitória, quinta-feira, 04 de agosto de 2005.

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