Π
e o Domínio do Mundo
Coloque em contraste
um produto racional e um vindo diretamente de ELI, Ele/Ela, Deus/Natureza e
pense qual você escolheria na loja. O produto falível humano ou o de Deus? No
de Deus nem é preciso termos de garantia porque, como diria Jô Soares, “la
garantia soy Jo” (no portunhol do personagem, “a garantia sou eu”, e seria
mesmo, Eu Sou, Deus). As falhas viriam somente da fabricação pelos racionais.
Evidentemente se Pi
(3,141592...) puder ser efetivamente aberto isso representa um perigo para todo
racional, porque é a opção entre o que pode falhar e o que dura eternamente sem
defeitos, sem jaça, sem mácula. As pessoas tenderão naturalmente a escolher os
produtos divinos. Aí é que mora o perigo: para quê continuar trabalhando, continuar
pensando, continuar aprofundando-se, continuar evoluindo, se tudo é gratuito e
muito melhor naquilo que foi dado?
Veja só que coisa
espantosamente traiçoeira isso pode ser!
Acho que é o
derradeiro teste, porque facilmente as pessoas podem ficar prostradas em
reverência eterna, sem prosseguir na tentativa de ver as profundidades. Creio
que só muito tardiamente essa coisa pode ser dada, porque é como oferecer a uma
criança mimada uma herança inextinguível: ela tende a não fazer mais esforço
nenhum, a tornar-se orgulhosa e cheia de ranços do orgulho, metida, fantasista,
perdida enfim.
Essa é uma das
razões que vem me detendo desde o começo.
Agora que não é mais
possível ficar parado (pois a vida avança em anos) estou disposto a tentar a
solução.
A
questão, então, é a do monopólio divino.
Inclusive a de, de
posse de π, as pessoas (ao contrário
do que se esperaria) desconsiderarem ELI, porque imortais não sentem medo da
morte; pessoas saciadas não sentem fome; pessoas protegidas esquecem a fonte da
proteção.
Vitória,
quinta-feira, 12 de maio de 2005.
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