quinta-feira, 24 de agosto de 2017


Vivendo à Larga

 

Minha vida parece ter sido planejada em vasta escala.

Até os nove anos, em Cachoeiro do Itapemirim.
Pobreza (mas não miséria, os pobres não se rendem, continuam a lutar, não recebem esmolas), grandes agruras, pouca proteína.
Dos nove aos 17 anos, em Linhares.
Carne de boi e de vaca de todo tipo (verde, salgada), carne de porco (verde, salgada, linguiça), de galinha (inclusive de Angola), de pato, de marreco, de ganso, de cabrito, de carneiro, de pavão, de tudo mesmo; sem falar na amplitude dos pratos, 10 por dia; e dos espaços magníficos, com liberdade inigualável.
Dos 18 em diante, em Vitória, com idas e vindas.
Tudo está descrito nas memórias, Deixe a Vida me Levar, Mundografia.

Pareceu coisa divinamente construída: primeiro uma fase de grande felicidade com pouquíssimas coisas e as idas à liberdade em Burarama, sem mimos. Depois, a outra fase de grandíssima liberdade superalimentada em todos os sentidos, faixa do crescimento físico e mental. Em terceiro, a fase de grande acesso ao conhecimento.

VÁ LER (não por mim, pelo giro do mundo)

O Garoto de Burarama.
Até nove anos.
Infância.
Adolescendo em Linhares.
9-17 (vestibular).
Adolescência.
Jovem Vitória.
17-30 (aprendizado).
Juventude.
Em Estado de Guerra.
30-40 (casamento).
Maturidade.
N-ação.
40 (divórcio) em diante.
Envelhecimento.

Pareceu, em retrospecto (só profeta vê para frente), ter sido vida construidinha, conduzida como a de rato nos labirintos da vida, até chegar aonde queriam me levar. Se foi assim, devo aplaudir, pois foi psicologia (e não vida, não somos animais racionais, somos racionais, mas não animais – exceto alguns, homens que batem em mulheres, pais e mães que batem em filhos, deputados e senadores e outros), foi psicologia felizciosa, mistura de feliz com deliciosa.

De mãos postas em oração, obrigado.

Vitória, quinta-feira, 24 de agosto de 2017.

GAVA.

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