Os Páleo-Lagos Sob o
Areal
Quando meus irmãos
adquiriram em 1985 uma propriedade num lugar chamado Degredo, no Distrito de
Povoação, mais propriamente no espaço denominado Cacimbas (onde agora a
Petrobrás explora), margem esquerda do Rio Doce, a área tinha quase 2 km x 2
km, ou seja, 4 km2, cerca de 400 hectares. Foi perdida para os
agiotas. Eu chamava de “areal” e, indo lá, sentia que tinha havido mesmo por
ali, debaixo das árvores grandes elevando-se sobre a areia, um antigo lago,
como já tinha sentido antes passeando na região onde está a maioria das
plantações de cacau abaixo do Rio Doce, quer dizer, margem direita dele.
Não podia saber que
estaria delineando logicamente no futuro todo esse mapa do possível e até do provável,
dada a ordem de idéias e a potência da lógica implícita que assim aponta com os
elementos disponíveis. Já mostramos a seqüência geral e o ritmo em que estamos,
neste início de terceiro milênio – o do ser humano, sendo milhões de vezes mais
rápido que o da Natureza, não dá conta de observar, exceto pelo raciocínio,
podendo-se mostrar através de computação gráfica.
Que a modelação
computacional seja cuidadosa.
Pode ser em 3D, três
dimensões, e em RV, realidade virtual, de modo que as crianças possam caminhar
nos lugares, tendo desde o tamanho natural até muito maior, do tamanho de
árvores ou de montanhas, podendo ver longe; e o tempo sendo muito acelerado
para ver para o passado provável e o futuro possível.
Sobretudo
interessante seria ver, com as lagoas atuais e o Lagoão destacados, as
páleo-lagoas virtuais conforme foram surgindo e desaparecendo, para lembrar a
nossa efemeridade e aconselhar a todos e cada um a aproveitar bem seu tempo de
presença. E isso teria tremenda serventia para as mineradoras, que saberiam
perfeitamente onde buscar tal ou qual material (ouro, prata, diamantes,
platina, pedras preciosas, sal-gema e o resto); e serviria também para apontar onde
estão as terras mais férteis para plantio, onde os esperados lençóis freáticos
e aqüíferos, onde os antigos povoamentos humano-indígenas, onde os depósitos de
esqueletos.
Enfim, como Bombril
teria mil e uma utilidade.
Vitória,
quarta-feira, 22 de dezembro de 2004.
Nenhum comentário:
Postar um comentário