Produtores e Organizadoras
O modelo e a Rede
Cognata (Veja no Livro 2, A Construção
da Rede e da Grade Signalíticas) nos dizem que 0/M = X (= FAZER = HOMEM) e
0/X = M (= OPERAR = MÃE), ou seja, que há dois grupos, um de produtores e outro
de organizadoras.
Parece, então, que o
casamento não é apenas união de dois, mas de dois incompletos, um que é + 50 %
de produção e zero de organização; e outra que é zero de produção + 50 % de
organização. Não é bem assim, porque é Curva do Sino ou de Gauss ou das Distribuições
Estatísticas: se segue que todo que produz organiza também e todo que organiza
produz, mas preferencialmente um produz, organizando pessimamente, enquanto a
outra organiza, produzindo terrivelmente mal. De fato, devem existir 1/40 ou
2,5 % de cada lado que são absolutamente ruins: toda produção com um pai nessas
condições se esvairia e toda organização com mãe assim morreria à míngua,
porque não haveria nenhuma produção que organizar: ela passaria fome, pois se
não há saída também não há entrada.
Assim, para
produzirorganizar é preciso o par homulher. Não significa somente sexo. A Natureza,
aos juntá-los, fê-lo com um propósito específico: 1) construir com grande
eficiência o produtor unilateral; 2) arquitetar com enorme potência a
organizadora supereficaz. Ambos são mais poderosos do que se cada um tivesse de
produzirorganizar tudo. É como a especialização nas linhas de montagem, só que
com superespecialização natural. Recebemos isso como “herança”, quer dizer, por
90 milhões de anos os primatas sozinhos, depois por 10 milhões de anos os
hominídeos ficaram fabricando esse par indestrutível – formidável herança
deixada aos sapiens dos mais recentes 100, 50 ou 35 mil anos. Quando a
civilização começou o par já estava pronto e pouco ou nada mudou nesse tempo.
Assim, TER FAMÍLIA é
ter literalmente já de berço essa herança de 100 milhões de anos, elaboradíssima
construção.
Homens solteiros vão
produzir e tender a perder tudo, ou dar; mulheres sozinhas pouco crescerão, a
não ser por herança. Juntos não apenas constituem a fonte dos nascimentos como
a sustentação do mundo. Não parece uma coisa genial?
Vitória,
quinta-feira, 16 de setembro de 2004.
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