sábado, 24 de junho de 2017


Ilusões da Carne


 

                            Já que carne = CORPO = CAOS = CASA = CAMA = COMER = COPO = CARMA = CRIME, etc. na Rede Cognata, ilusões do corpo, que são inumeráveis desejos formais e conceituais, externos e internos, superficiais e profundos.

                            Os superficiais dizem respeito a manter ou melhorar a carne ou corpo com pós, ungüentos, perfumes, pastas, tinturas e outros camufladores ou colocar bijuterias, jóias, enfeites, chapéus e bonés, roupas e paramentos, brincos, sapatos e calçados diversos.

                            Os profundos dizem respeito a modificações internas, a idéias de que podemos melhorar, seja por que modo for. Porque, veja, se o não-finito é aquilo que chamamos Deus, tudo mais é finito, por mais que seja e por mais que seja racional – seguirá sendo insuficiente.

                            Consequentemente ESTAR ENCARNADO é estar sujeito, estar submetido a indignidades, a todo (= TOLO) desejo, exacerbação da vontade, que é mínima: enquanto a vontade é suficiente, bastante simples, o desejo é necessidade, excesso, sobrelevação. O desejo é a extrapolação. A educação, o processo circular de ensinaprendizado, deveria ter duas vertentes girando em sentidos contrários: 1) a ampliação, 2) a redução. Nascer é ampliar, mas sabedoria é também reduzir. As pessoambientes deveriam ser ensinadas a diminuir de tamanho, a jogar um sofá fora, a pegar mesa menor, a comprar menos roupas, a manter o corpo sob trela, assim como acontece por vezes nos mosteiros (que, no entanto, foram palco de tremendas orgias corporais). Mesmo se os orientais não estiverem certos na questão do carma pode-se ver que carma = CRIME indica um peso da alma, algo que arrasta para baixo MATERIALMENTE, isto é, como resultado material último dos eventos, dos acontecimentos fortuitos.

                            A educação, enquanto estado de defesa dos coletivos, deveria se pautar TAMBÉM por isso, pela redução do corpo, pelo emagrecimento dos desejos.

                            Vitória, quarta-feira, 26 de maio de 2004.

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