domingo, 25 de junho de 2017


Alguém para Conversar

 

                            Das minhas observações e dos estudos sobre o modelo ressaltou que sobra muito tempo para as pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e que elas são TREMENDAMENTE solitárias, sozinhas mesmo. Despontou também que mais que tudo as pessoas precisam falar, de modo que faz o maior sentido colocar CASAS DE CONVERSAÇÃO. Por quê as pessoas pagariam para conversar?

                            AS PESSOAS QUE CONVERSAM

·        Indivíduos;

·        Famílias;

·        Grupos;

·        Empresas.

OS AMBIENTES QUE CONVERSAM (por meio de seus representantes)

·        Cidades/municípios;

·        Estados;

·        Nações;

·        Mundos.

Na realidade, depois de pensar por todos esses anos vi que o que as pessoas fazem realmente é conversar. Casamentos não passam de pagamento em longo prazo para manter diálogo (muito mal se falando alguns, por falta de assunto) por 20, 30 ou 40 anos. Os casamentos não terminam por falta de sexo, acabam por falta de diálogo. Precisamos curar o ser humano também nisso. E as pessoas vão a bar não para beber, porque elas não bebem solitariamente no meio de desertos de gelo e de areia e não vão grandes distâncias carregando litros de uísque para se embebedarem – as pessoas são viciadas-em-palavras, wordaholic, digamos assim.

Desse modo, as pessoas pagariam uma taxa para entrar, digamos 10 reais. Lá dentro haveriam ou não bebidas, afirmando-se taxativamente que as pessoas estariam ali para dialogar – comer ou beber é acessório. Naturalmente os garçons e as garçonetes seriam treinadas para falar, para sentar e papear, eventualmente indo buscar qualquer coisa (os fregueses mesmos poderiam ir a um balcão onde pagariam antes de levar as coisas). Homens e mulheres de todas as idades, universitários em geral, mas não só, seriam treinados, independentemente de beleza (porque beleza não só não põe mesa como até nem sabe conversar) para sustentar palestras por horas a fio. Deveriam ler, ver filmes e documentários, ir a teatro, frequentar faculdade, estudar a fundo mesmo. As CASAS DE CONVERSAÇÃO se espalhariam pelo mundo, adequando-se a cada país e nação, às línguas, contratando-se os nativos e os estrangeiros educados para ajudar as pessoas, até dando boas indicações de saúde, de lazer, de reeducação, de buscar novos empregos, de ir por outros caminhos de crescimento. Penso que as CC devem fazer uma triagem, para não admitir vagabundos, nem mal-intencionados, digamos os que vão atrás de sexo onde não é para isso, ou bêbados, ou os não-comportados, os brigões, todo esse tipo de gente ruim.

Franqueamento universal, disseminação geral, criação de um estilo de vida – para adolescentes, para adultos, para novos e velhos, homens e mulheres, estrangeiros e nacionais, ricos e pobres (desde que pudessem pagar ou de outro modo o programa logo fracassaria; o governo colocaria casas públicas de cura pela palavra), para formados e não-formados.

Vitória, domingo, 13 de junho de 2004.

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