Alguém
para Conversar
Das
minhas observações e dos estudos sobre o modelo ressaltou que sobra muito tempo
para as pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e que elas são
TREMENDAMENTE solitárias, sozinhas mesmo. Despontou também que mais que tudo as
pessoas precisam falar, de modo que faz o maior sentido colocar CASAS DE CONVERSAÇÃO. Por quê as
pessoas pagariam para conversar?
AS PESSOAS QUE CONVERSAM
·
Indivíduos;
·
Famílias;
·
Grupos;
·
Empresas.
OS AMBIENTES QUE CONVERSAM (por meio de seus
representantes)
·
Cidades/municípios;
·
Estados;
·
Nações;
·
Mundos.
Na realidade, depois
de pensar por todos esses anos vi que o que as pessoas fazem realmente é
conversar. Casamentos não passam de pagamento em longo prazo para manter
diálogo (muito mal se falando alguns, por falta de assunto) por 20, 30 ou 40
anos. Os casamentos não terminam por falta de sexo, acabam por falta de
diálogo. Precisamos curar o ser humano também nisso. E as pessoas vão a bar não
para beber, porque elas não bebem solitariamente no meio de desertos de gelo e
de areia e não vão grandes distâncias carregando litros de uísque para se
embebedarem – as pessoas são viciadas-em-palavras, wordaholic, digamos assim.
Desse modo, as
pessoas pagariam uma taxa para entrar, digamos 10 reais. Lá dentro haveriam ou
não bebidas, afirmando-se taxativamente que as pessoas estariam ali para
dialogar – comer ou beber é acessório. Naturalmente os garçons e as garçonetes
seriam treinadas para falar, para sentar e papear, eventualmente indo buscar
qualquer coisa (os fregueses mesmos poderiam ir a um balcão onde pagariam antes
de levar as coisas). Homens e mulheres de todas as idades, universitários em
geral, mas não só, seriam treinados, independentemente de beleza (porque beleza
não só não põe mesa como até nem sabe conversar) para sustentar palestras por
horas a fio. Deveriam ler, ver filmes e documentários, ir a teatro, frequentar
faculdade, estudar a fundo mesmo. As CASAS DE CONVERSAÇÃO se espalhariam pelo
mundo, adequando-se a cada país e nação, às línguas, contratando-se os nativos
e os estrangeiros educados para ajudar as pessoas, até dando boas indicações de
saúde, de lazer, de reeducação, de buscar novos empregos, de ir por outros
caminhos de crescimento. Penso que as CC devem fazer uma triagem, para não
admitir vagabundos, nem mal-intencionados, digamos os que vão atrás de sexo
onde não é para isso, ou bêbados, ou os não-comportados, os brigões, todo esse
tipo de gente ruim.
Franqueamento
universal, disseminação geral, criação de um estilo de vida – para adolescentes,
para adultos, para novos e velhos, homens e mulheres, estrangeiros e nacionais,
ricos e pobres (desde que pudessem pagar ou de outro modo o programa logo
fracassaria; o governo colocaria casas públicas de cura pela palavra), para
formados e não-formados.
Vitória, domingo, 13
de junho de 2004.
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