quinta-feira, 22 de junho de 2017


A Curva do Sino e a Inflação


 

                            Lá para trás estabeleci o conceito de “isoquantas inflacionárias”. Quantas vem da palavra grega que significa quantidade; iso, de igual. Então, “quantidades iguais de inflação”. Podemos ver um morro com curvas de nível marcando igual ação gravitacional, que no desenho socioeconômico seriam as curvas de relação inflacionária. Quando isso é juntado à Curva do Sino ou de Gauss ou das Distribuições Estatísticas esta pode ser vista como um corte vertical do morro, mostrando bidimensionalmente e de forma reduzida o que é o real tridimensional. No plano aquilo que é mostrado é a soma zero bidimensional, à esquerda ficando 50 % e à direita outros 50 %, formando o par polar oposto/complementar.

                            Já sabemos que 2,5 % ou 1/40 de tudo, tanto à esquerda quanto à direita, serão os que estão nos extremos; na esquerda os que serão SEMPRE devorados e na direita os que estarão SEMPRE devorando. No espaço podemos ver próximo do chão, para onde vai toda a “água inflacionária” (para criar tal paralelo imaginário) está escorrendo, o lugar de máxima acumulação; e a descida dela com maior ou menor velocidade, quer dizer, maior ou menor taxa inflacionária. Quanto mais alto o morro, maior é a gravidade-inflação ou as taxas de aceleração da concentração monetária (que serão ou não contraditadas pelos governos). No Brasil, por exemplo, os governos mantiveram altas taxas de inflação durante 40 anos, concentrando enormemente as rendas ou dando espaço para os jogos de concentração, que foram muito ativos, gloriosos somente para quem os usaram em favor de si e dos seus, terríveis para todos os que foram subtraídos.

                            Picos agudíssimos, muito altos, correspondem à inflação galopante, quer dizer, CONCENTRAÇÃO GALOPANTE, a galope, com rapidez mortal. No Brasil a inflação já chegou a 80 % num único mês, tal foi a fúria concentracionista da burguesia (tudo isso é pago no futuro). Contar a inflação no mundo, nas nações, nos estados e nos municípios/cidades, então, não é do eixo das trivialidades ou bobeiras, é questão central, que nos permite perceber o âmago mesmo do jogo de poder/submissão.

                            E, como disse a Gabriel, compreender as isoquantas I significa, colocando um escritório para trato dos dados, poder se apoderar das riquezas - apenas transferindo números entre operações - numa velocidade estonteante.

                            Vitória, sexta-feira, 28 de maio de 2004.

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