domingo, 21 de maio de 2017


Supercaverna

 

                            Como vimos na coletânea A Expansão dos Sapiens a Caverna geral antiga onde os hominídeos viveram por 10 milhões de anos criou retroativamente em nós um cérebro-caverna, mais nas mulheres (fêmeas e pseudomachos) coletoras que nos homens (machos e pseudofêmeas) caçadores.

                            Na cabeça delas HÁ UMA CAVERNA, um grande buraco de estocagem na retaguarda do cérebro, e um olho que vê na frente, a boca da caverna, uma boca imensa, o que faz delas consumidoras eméritas. E, uma vez que provem elas não conseguirão não-levar; levarão obrigatoriamente, de forma que o PRIMEIRO OBJETIVO do vendedor (para as mulheres) é colocar algo nas mãos delas, fazê-las roçar a pele, degustar, além de mostrar coisas coloridas e chamativas.

                            Assim sendo, os supermercados e outros lugares ainda devem simbolizar as cavernas antigas com árvores, com córregos, com pedras, com tudo que, podemos imaginar, ficava no terreirão muito pisado diante delas; e com trilhas, céu azul (que significava poder sair), com indicação de tranqüilidade, com cheiros agradáveis, com sons de pássaros, com animais domésticos, entre os quais os gatos, de preferência. Enfim, os supermercados devem se parecer com os terreirões diante das cavernas. Como as cavernas certamente ficavam num lugar mais alto (pois de outro modo fatalmente alagariam) deve-se descer da “boca grande” delas para a área de compras mais abaixo, cujo significado mental é claro: vai-se à coleta e volta-se para a segurança mais no alto, longe das chuvas e das enchentes, para o lugar quente, sequinho e protegido.

                            Em resumo, se tudo isso é verdadeiro os supermercados de hoje são muito mal-planejados, embora tremendamente melhores, até fantasticamente melhores que os do passado recente. São melhores porque constituem evoluções das coisas mais antigas, mas estão longe de ser as coisas mais adequadas aos nossos espíritos. Pelo menos aos espíritos das mulheres. A questão dos homens é outra, bem diferente.

                            Vitória, quinta-feira, 26 de fevereiro de 2004.

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