domingo, 21 de maio de 2017


Hai-di-ti

 

                            O Haiti tem 27,4 mil km2 (60 % dos 45,6 mil km2 do estado do Espírito Santo), 8,3 milhões de habitantes em 2001 (quase 2,6 vezes os 3,2 milhões do ES; consequentemente mais de quatro vezes a densidade) e em 1999 um PIB minúsculo de 4,3 bilhões de dólares (daí, com certeza de 1/20 a 1/40 da renda capixaba). É um dos países mais pobres da Terra e o mais pobre das Américas.

                            A ilha de Hispânica foi descoberta já em 1492 por Colombo, de forma é tem 512 anos do Achamento, como dizem os portugueses. Segundo a Enciclopédia Abril 2002 Mundo, mirando o exemplo francês os escravos no Haiti rebelaram-se em 1791 e conquistaram a liberdade em 1794, os franceses sendo expulsos em 1803, a independência sendo conquistada em 1804 – a primeira das Américas, fora a dos EUA.

                            A eleição do médico negro François Duvalier (o temido Papa Doc, Papai Doutor, que praticava rituais necromânticos e outras atrocidades) em 1957 terminou com o domínio dos mulatos, dos mestiços. Desde então, por quase 50 anos já, o país tem estado em poder dos negros, que não podem acusar os brancos de nada. De fato, os brancos não mandam no país desde 1804, por 200 anos, e o que se viu foi que o país caiu na miséria mais hedionda. De fato, onde os negros estão em melhor situação no mundo inteiro é onde os brancos dominam a situação; foi onde eles mais prosperaram: nos EUA, no Canadá, na África do Sul (apesar de tudo) e até no Brasil e na América Latina. Onde os negros dominam a coisa vai de mal a pior, tanto nas Américas quanto na África, continente de origem. Parece que, apesar de todas as atrocidades que os brancos praticaram, ainda são os melhores amigos dos negros e é nos lugares dominados por eles que os negros estão conseguindo conquistas visíveis, baseados na tecnociência e no Conhecimento branco.

                            Aí está o exemplo do Haiti do presidente Aristide, no poder de novo desde 2000 e agora sob ataque dos rebeldes. Tanto na África quanto nas Américas os negros demonstraram taxativamente que eles se destroçam entre si, exatamente como os brancos, sujeitando-se a vexames até piores. O que é ter um suposto inimigo externo para tudo parecer bem entre os futuros disputadores, é ou não é?

                            Vitória, sábado, 28 de fevereiro de 2004.

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