terça-feira, 23 de maio de 2017


Guerreiros Desocupados

 

                            Quando eu era adolescente meu pai e minha mãe faziam questão de afirmar a repugnância deles, descendentes de italianos, para com os homens que viviam desocupados nas praças, porque nem aposentado um italiano pode parar de trabalhar, aparentemente. E diziam: “cabeça desocupada, oficina de satanás”.

                            Seguindo o Modelo da Caverna e na coletânea A Expansão dos Sapiens vi que os guerreiros (10 a no máximo 20 % dos contingentes) eram enviados constantemente em busca de proteínas que embasassem a expansão rápida da tribo; e ficavam fora dias, semanas, meses até, como continuou acontecendo em toda a geo-história. Vimos que guerreiros devem ter uma dose diária de adrenalina ou vão adoecer.

                            Olhemos os guerreiros desocupados.

                            Suas mentes e seus corpos foram preparados por 10 milhões de anos hominídeos PARA A GUERRA de caça; os homens (machos e pseudofêmeas) são máquinas de embates, não podem ficar paradas, por sua própria constituição. Entrementes, se não estão em guerra o que é relativo à guerra em vez de dar-se PARA FORA dá-se PARA DENTRO.

                            O QUE É PARA DENTRO?

·        Contra as mulheres (fêmeas e pseudomachos);

·        Contra as crianças, os velhos e velhas, os aleijados, os anões e anãs, os doentes, os gatos e os cachorros de boca pequena;

·        Contra os cenários;

·        Contra si mesmos e contra os outros homens;

·        contra os supostos entes invisíveis, etc.

Enfim, os homens vão continuar guerreando. Suas mentes ou geradores de autoprogramas (GAP) GERARÃO PROGRAMAS DE GUERRA, ou seja, programas ofensivos, porque foram preparadas para isso. As moléculas-de-guerra não querem saber, não têm consciência de nada, continuam operando, rodando os programas, passando pelas linhas dos circuitos que foram construídos em longas eras.

Guerreiros foram feitos para destruir. Assim, já que não é mais possível nem útil essa destruição, é preciso simbolizar de algum meio, seja através de cinema, de videojogos, do que for. Os governempresas devem se preocupar com essa catarse obrigatória.

Vitória, terça-feira, 02 de março de 2004.

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