sábado, 20 de maio de 2017


E os Africanos Nisso Tudo?

 

                            Na coletânea Adão Sai de Casa - para o caso de serem feitos filmes - como eu disse devemos colocar todo mundo que for logicamente possível, sem forçamento, tanto no caso de ser verdadeiro quanto no caso de só valer como ficção para diversão. Essa inclusão não tem só intenção de atrair as pessoas para o quê, espero, seja boa diversão, como principalmente de promover debates mais amplos do que os que têm sido levados pela humanidade em geral.

                            Assim sendo, onde ficam os deuses africanos no que imaginamos ser a guerra de Adão e Eva e seus descendentes, via Set, e o Serpente e os seus descendentes? Devemos contar que mesmo os africanos não tendo constituído uma grande civilização (a nubiana é francamente tributária da e posterior à egípcia, embora digam o contrário), conseqüentemente desinteressando diretamente aos “deuses” descendentes de Adão, ainda assim podemos imaginar que eles, tendo facilidade de trânsito em suas barcas celestes tenham visitado a África ao sul do Saara, até porque imaginei (em Adão e os Negros, Livro 56) que Adão era originalmente negro, porque Adão = EBONY (na Rede Cognata), ébano no inglês (escuro, negro, ebâneo).

                            Assim, Ogum, Oxalá, Xangô, Iemanjá, Nanã, os exus e todos aqueles podem ser descendentes dos adâmicos ou atlantes ou celestes quando em sua cor natural (o que introduzirá tremenda polêmica e reforçará a causa dos negros). Só que as vestimentas e os adornos não podem ser exatamente como os de agora, supostamente degenerados (mas não muito) dos de antanho, constituindo hoje visão atual dos negros sobre o que existiu verdadeiramente há vários milhares de anos. Os tecnartistas devem ter alguma liberdade de criação, mas não tanta que os populares dos cultos afro-brasileiros não possam reconhecer as figuras apenas olhando-as, sem explicação literária, isto é, que não possam apenas emocionalmente se identificar.

                            Vitória, terça-feira, 24 de fevereiro de 2004.

Nenhum comentário:

Postar um comentário