E os Africanos Nisso
Tudo?
Na coletânea Adão Sai de Casa - para o caso de serem
feitos filmes - como eu disse devemos colocar todo mundo que for logicamente
possível, sem forçamento, tanto no caso de ser verdadeiro quanto no caso de só
valer como ficção para diversão. Essa inclusão não tem só intenção de atrair as
pessoas para o quê, espero, seja boa diversão, como principalmente de promover
debates mais amplos do que os que têm sido levados pela humanidade em geral.
Assim sendo, onde
ficam os deuses africanos no que imaginamos ser a guerra de Adão e Eva e seus
descendentes, via Set, e o Serpente e os seus descendentes? Devemos contar que
mesmo os africanos não tendo constituído uma grande civilização (a nubiana é
francamente tributária da e posterior à egípcia, embora digam o contrário), conseqüentemente
desinteressando diretamente aos “deuses” descendentes de Adão, ainda assim
podemos imaginar que eles, tendo facilidade de trânsito em suas barcas celestes
tenham visitado a África ao sul do Saara, até porque imaginei (em Adão e os Negros, Livro 56) que Adão
era originalmente negro, porque Adão = EBONY (na Rede Cognata), ébano no inglês
(escuro, negro, ebâneo).
Assim, Ogum, Oxalá,
Xangô, Iemanjá, Nanã, os exus e todos aqueles podem ser descendentes dos adâmicos
ou atlantes ou celestes quando em sua cor natural (o que introduzirá tremenda
polêmica e reforçará a causa dos negros). Só que as vestimentas e os adornos
não podem ser exatamente como os de agora, supostamente degenerados (mas não
muito) dos de antanho, constituindo hoje visão atual dos negros sobre o que
existiu verdadeiramente há vários milhares de anos. Os tecnartistas devem ter
alguma liberdade de criação, mas não tanta que os populares dos cultos
afro-brasileiros não possam reconhecer as figuras apenas olhando-as, sem
explicação literária, isto é, que não possam apenas emocionalmente se
identificar.
Vitória, terça-feira,
24 de fevereiro de 2004.
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