Casa Grande e Senzala
Foi o brasileiro
Gilberto Freire (pernambucano, 1900 – 1987), sociólogo e antropólogo, quem em
três volumes publicou texto (1933) com esse nome, uma análise profunda das
raças que formaram o fundo cultural ou nacional brasileiro.
Usando
a Rede Cognata podemos ver casa = ADÃO = CORPO = CAMA, etc., grande = CENTRAL =
AUGUSTA = CELESTE = ADÂMICA = GOVERNANTE = ADMINISTRADORA, etc., senzala =
SERVIL = SERVIDORA = PADRE = SACERDOTE = PASTOR, etc.
O cenário que
imagino na trilha de Adão Sai de Casa
é este:
1. Adão e Eva chegaram do outro planeta;
2. Estabeleceram-se num morro pouco alto
(para facilitar subidas e descidas dos futuros servos), construindo logo um
porto próximo;
3. Cooptaram os melhores servos que
encontraram para levantar as construções iniciais, a Casa Grande senhoril, onde
os descendentes dos “deuses” seriam criados;
4. A Casa Grande ou Casa Celestial tinha
quartos e camas, ao passo que as semifaveladas que foram construídas ao pé do
morro, não, era uma confusão danada, mais ou menos como as senzalas depois,
verdadeiras taperas;
5. Mesmo assim os servos se consideravam
afortunados, perto dos outros, que ficavam mais distantes ainda e eram
consideravelmente mais pobres, sem roupas e sem chinelos;
6. Nos muros ficavam os guardas, os
matadores, depois a nobreza e os reis, capatazes dos fazeres mais baixos e mais
separados;
7. Finalmente esses servos ficaram dentro
dos muros, separados dos demais, e suas casas foram melhorando aos poucos, por
cópia (tímida) das dos deuses.
Em resumo, lá em cima esta a imensa e
brilhante Casa dos Deuses, ao passo que a senzala ficava embaixo, no sopé da
montanha-mundo, a Casa Grande que se estendia por muitos quilômetros quadrados
de residências de descendentes, com terraços que eram vistos como maravilhosos
(e seriam mesmo hoje muito cobiçados).
Vitória, segunda-feira, 08 de março de
2004.
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