quarta-feira, 24 de maio de 2017


Casa Grande e Senzala

 

                            Foi o brasileiro Gilberto Freire (pernambucano, 1900 – 1987), sociólogo e antropólogo, quem em três volumes publicou texto (1933) com esse nome, uma análise profunda das raças que formaram o fundo cultural ou nacional brasileiro.

                            Usando a Rede Cognata podemos ver casa = ADÃO = CORPO = CAMA, etc., grande = CENTRAL = AUGUSTA = CELESTE = ADÂMICA = GOVERNANTE = ADMINISTRADORA, etc., senzala = SERVIL = SERVIDORA = PADRE = SACERDOTE = PASTOR, etc.

                            O cenário que imagino na trilha de Adão Sai de Casa é este:

1.       Adão e Eva chegaram do outro planeta;

2.      Estabeleceram-se num morro pouco alto (para facilitar subidas e descidas dos futuros servos), construindo logo um porto próximo;

3.      Cooptaram os melhores servos que encontraram para levantar as construções iniciais, a Casa Grande senhoril, onde os descendentes dos “deuses” seriam criados;

4.     A Casa Grande ou Casa Celestial tinha quartos e camas, ao passo que as semifaveladas que foram construídas ao pé do morro, não, era uma confusão danada, mais ou menos como as senzalas depois, verdadeiras taperas;

5.      Mesmo assim os servos se consideravam afortunados, perto dos outros, que ficavam mais distantes ainda e eram consideravelmente mais pobres, sem roupas e sem chinelos;

6.     Nos muros ficavam os guardas, os matadores, depois a nobreza e os reis, capatazes dos fazeres mais baixos e mais separados;

7.      Finalmente esses servos ficaram dentro dos muros, separados dos demais, e suas casas foram melhorando aos poucos, por cópia (tímida) das dos deuses.

Em resumo, lá em cima esta a imensa e brilhante Casa dos Deuses, ao passo que a senzala ficava embaixo, no sopé da montanha-mundo, a Casa Grande que se estendia por muitos quilômetros quadrados de residências de descendentes, com terraços que eram vistos como maravilhosos (e seriam mesmo hoje muito cobiçados).

Vitória, segunda-feira, 08 de março de 2004.

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