quarta-feira, 24 de maio de 2017


Adão Conversa com a Patroa

 

                            Estamos compondo as personalidades de Adão e Eva (siga a trilha da coletânea Adão Sai de Casa, supondo que vieram do planeta construído por Deus em volta da estrela Canopos, mais de 300 anos-luz do
Sol). Vimos Adão chorando (Adão Chora, Livro 67), falamos do Diário de Adão, de O Notebook de Adão e das Briguinhas do Casal Celeste (todos neste Livro 70). Os livros menos - os filmes mais - dão pouca atenção às minudências, às banalidades, às coisas que acontecem pormenorizadamente nessas vidas, no dia-a-dia dos grandes, e que dão colorido às grandes vidas.

                            Vimos que os extrabíblicos dizem que Adão apartou-se de Eva 130 anos; como viveram 930 isso significa que estiveram juntos 800 anos, mais que bodas de diamantes muita coisa. Fora fazer todas aquelas coisas que correspondem a construir um mundo inteiro desde as bases, de levantar a Casa Grande para os milhares que viriam, de atrair e treinar os padres, instituir as dinastias, preparar o que viria a ser depois a nobreza, colocar fábricas disso e daquilo, conversar com os netos, caçar as fêmeas humanas (como Zeus aparece fazendo tantas vezes), Adão deve ter tido muito tempo livre, demasiado até, agora que não estava mais ligado ao Console. Não tinham mídia (TV a cabo, Rádio, Revista, Jornal, Livro e Internet de banda larga, videocassete), nem tecnartes (embora o dicionárienciclopédico universal estivesse disponível), nem nada, só um ao outro, de modo que devem ter tidos longos serões conversando sobre o passado distante e perdido para sempre e o futuro e a guerra que nele pretendiam travar contra o Serpente e seus descendentes. Assim, conversas intermináveis “devem ter rolado”, como se diz hoje, entre ambos. Isso é preciso retratar com certo detalhe, porque é o que cativa, que prende o espectador, ou seja, que os “deuses”, o rei e a rainha celestes (= ATLANTES = AUGUSTOS = CELESTIAIS = ADÂMICOS, etc.) conversassem intimamente, quando não estavam brigando. Era um casal de pombinhos, digamos assim, quando não estavam ocupados sendo “deuses”. Isso é muito emocionante mesmo. Todo um ambiente caseiro entre os “deuses” deve ser desenhado, inspirado no amor materno e paterno e no romantismo do casalzinho divino.

                            Essa dimensão pastoril e prosaica ressaltará as extraordinárias dimensões do jogo cósmico de que participam os dois.

                            Vitória, domingo, 07 de março de 2004.

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