segunda-feira, 22 de maio de 2017


A Pedagogia e a Realidade

 

                            É claro que já com os gregos a pedagogia ou taxa de transferência de Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) se distanciara até demais da realidade. Foi justamente o brasileiro Paulo Freire que a título de promover essa reaproximação criou a Pedagogia do Oprimido, que tem corrido mundo.

                            Os recursos eram poucos, os professores em sua maioria carentes de informação, as elites (de maneira especial as brasileiras) desinteressadas na educação de seus povos e assim por diante, de forma que não aconteceram estudos que partindo da realidade como mostrada em filmes e documentários (espontâneos ou feitos especialmente para tal) pudessem levar aos pontos de pauta da grade curricular; ou vice-versa. Por exemplo, uma novela da qual, quadro por quadro se perguntasse como foi feito isto e aquilo, objetos e programas, panelas, alimentos, etc., tudo que se visse e que teria passado despercebido antes de ser apontado. Assim se criaria um vínculo biunívoco, mostrando que a realidade está embasada na teoria e que os estudos refletem e possibilitam o real humano atual.

                            Ataquei a questão de outro ponto de vista, que não referirei.

                            Aqui quero frisar que pode haver essa interação forte entre o real e o virtual, oscilando bastante entre um e outro, na medida em que as pessoas sejam capazes de estabelecer os laços. Os especialistas nas várias disciplinas deveriam ser reunidos, sob demanda de uma fonte constante de recursos, inclusive dinheiro relativamente farto, para serem geradas a partir do real milhares de horas de fitas de vídeo, que seriam então apresentadas aos professores como banco de dados de onde tirariam suas aulas, quando estivessem dispostos a tal. Cada um escolheria sua seqüência preferida. Por sua vez os especialistas (das pontescadas científica e técnica) reveriam os filmes de cinema para apontar ou tirar tais ou quais lições a inspirar seus alunos. Quando, futuramente, os alunos vissem outras novelas ou filmes ou peças de teatro saberiam de onde vieram tais ou quais objetos e saberiam dizer como eles se embasam na teoria a que os seres humanos puderam até nossos dias chegar.

                            Vitória, domingo, 29 de fevereiro de 2004.

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