terça-feira, 23 de maio de 2017


100 Exploração

 

Há gente que tem dificuldade de raciocinar se o enriquecimento de uns leva ao empobrecimento de outros.

No modelo há quatro possibilidades verdadeiras, duas pseudo-possibilidades montadoras e um centro de onde sai tudo. Dois SIM, dois NÃO, quer dizer, dois pares polares de oposto-complementares.

Como 100 produziria frações, vamos dizer 1.000.

Pela Regra de Pareto 80/20, 80 % ou 800 de todos teriam acesso a 200 dos 1.000, 200 $, ¼ ou 0,25 $ por pessoa, ao passo que 200 teriam acesso a 800 $ ou 4,00 $ por pessoa, razão de 4,00/0,25 = 16/1.

AS OPORTUNIDADES

a)     Decrescimento:

a.1) os 1.000 diminuem, mas os pobres se apoderam de mais, seja por qual motivo for, por exemplo, um surto de decência dos ricos (é difícil, eu sei, mas não impossível; sob a pressão e perigo de destruição pela guerra, geralmente acontece, os ricos chamam os pobres ao sacrifício e à morte através de brindes);

a.2) os 1.000 diminuem e os ricos pegam cada vez mais: AQUI REALMENTE HÁ EXPLORAÇÃO;

b)     Crescimento:

b.1) os 1.000 crescem e tanto ricos quanto pobres participam mais do bolo, proporcionalmente – não há exploração;

b.2) os 1.000 crescem, mas os ricos se apoderam mais do montante: isso não implica em exploração, porque os pobres estão crescendo, embora menos que o outro grupo (aqui a exploração seria parcial, pois os ricos estariam usando de várias manipulações para tomar do percentual de crescimento do conjunto uma porção maior).

Portanto, há duas explorações e duas não-explorações.

A exploração parcial, embora continue exploração, não é aqui relevante no mérito; a que é MAIS SIGNIFICATIVA é a exploração total, qual seja, quando há retração de qualquer tipo (a econômico-financeira é só uma delas) e os ricos impiedosamente vão tomando cada vez mais daqueles 0,25 $ / pessoa, reduzindo o dinheiro de alimentação, de roupas, de remédios, de transportes e de tudo mesmo – é o chamado “apertar dos cintos” dos pobres, imposto pelos ricos impiedosos e indiferentes com o sofrimento alheio.

Sendo assim, quando os países estão crescendo a 4 % ou a 10 %, não há exploração, as coisas precisam ser distinguidas. Só no caso raríssimo de estagflação, estagnação com inflação (pela estagnação fica 1.000, mas pela inflação os ricos estariam se apoderando de cada vez mais, como no tempo de Carter e de Sarney) haveria exploração, seria preciso explorar as minúcias.

Quando está crescendo (é por isso que os ricos, donos do Escritório do Capital, o Governo geral, fazem questão do crescimento econômico tão propagandeado), todos estão felizes, inclusive os pobres – os ricos não se tornam supergananciosos, PORQUE isso os colocaria em perigo, deixam os pobres crescerem um pouquinho.

Visto isso, podemos dizer que quando o PIB aumenta não há exploração dos pobres pelos ricos (os níveis de desdobramento seriam muito profundos). A direita (por exemplo, Rodrigo Constantino e os que o embasam) não está certa em esgrimir essas três condições de não-exploração como únicas vertentes demonstrativas, pois o um-bandido em quatro ainda ameaça a coletividade, o certo é a decência geral (como Jesus colocou, “amai-vos uns aos outros”).

Vitória, terça-feira, 23 de maio de 2017.

GAVA.

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