Se a Europa Fosse Suprimida
A gente fala tanto
mal da Europa (eu mesmo falei horrores, de tanta raiva) que nem pára para
raciocinar o que teria aconteceria ao mundo se a Europa não tivesse existido,
em relação ao passado, ou se ela fosse subitamente apagada, em relação ao
futuro. Claro, A China fez um punhado de coisas, o Egito outro tanto, os maias
e astecas, os incas, os sumerianos, os persas, um conjunto de povos pelos quais
temos o maior respeito.
Contudo, a Europa
levou a palma.
Nos últimos 500 anos
a Europa ou seus descendentes (nas Américas, na África, na Ásia, na Oceania)
descobriram todo tipo de coisas – seria muito interessante alguém gastar algum
tempo fazendo a lista mais ou menos completa, depois completa, dado que existem
tantos pesquisadores no mundo. Basta a gente percorrer a lista dos Nobel, dos
100 maiores disso e daquilo (e nem adianta falar que é etnocentrismo ou
eurocentrismo, isso não cola – a mais objetiva das avaliações pouco destoaria
das atuais, e só com muito boa vontade alguns teriam se destacado entre os
povos não-brancos), dos produtores de Conhecimento (magos/artistas,
teólogos/religiosos, filósofos/ideólogos, cientistas/técnicos e matemáticos) em
todas as chaves e bandeiras do modelo. Foi meio milênio em que a Europa ultrapassou
largamente os demais e se não fosse pelos amarelos-asiáticos teríamos ficado
desesperados.
Como sabemos que o
futuro é de quem enfrenta e resolve os problemas que são postos, posso entender
que pelo menos por enquanto - fora japoneses, chineses, coreanos e outros povos
asiáticos que corajosamente tem imitado o Ocidente, especialmente a Europa,
inclusive se cristianizando no conteúdo – os europeus e seus descendentes são
os que estão garantindo maior presença no futuro, incluídos os europeus-orientais
e os russos, que são eslavos.
Portanto, se eu
fosse dar um prêmio simbólico daria à Europa e seus descendentes, com uma
grande vaia aos povelites que se deixaram ficar dormindo. Os povelites europeus
fizeram o dever de casa com competência e garra. Palmas para eles.
Vitória,
quarta-feira, 24 de dezembro de 2003.
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