Renda e Resolução de
Problemas
Venho perseguindo há
muito tempo o entendimento de onde provém o arrastamento e já falei disso
alhures, mais que apenas do ponto de vista do arrastamento econômico, que é
parte do outro, maior. Estas outras conclusões são de que o arrastamento geral
vem da resolução de problemas, que é o que dá futuro, no fundo de tudo, como
último resumo de todas as compreensões.
RESOLUÇÕES DE PROBLEMAS ECONÔMICOS
·
Resolvendo
as charadas da agropecuária/extrativismo;
·
Solucionando
as dificuldades das indústrias;
·
Decidindo
os enigmas do comércio;
·
Determinando
os contratempos dos serviços;
·
Desfazendo
os distúrbios dos bancos.
Quem não resolve problemas não toma
bons assentos no trem do futuro e não chega a lugar nenhum – não deixa
descendência racional adiante. Aqueles que se recusam a resolver os problemas
vivem do capital da espécie e o estão gastando; enquanto a espécie conseguir
avançar, conseguirá suprir essas faltas.
Pois bem, a concentração de renda em
si impede ou dificulta o arrastamento? Mostrei que propriamente não, mas ao
afunilar a quantidade e a qualidade de problemas que são trazidos à tona
afunila também o futuro do conjunto. Roma não sucumbiu por este ou aquele
motivo específico e sim porque no geral concentrou demasiado a renda nas mãos
de poucos e, portanto, precisava de poucas soluções. Nessa condição as
coletividades caducam. O cristianismo chegou tarde demais para Roma, foi aceito
muito tardiamente, não pôde salvá-la. Constantinopla foi adiante porque ao assimilar
o cristianismo (ou vice-versa) teve de, por meio dos conselhos e sugestões de
Cristo sobre imanização de todos os seres humanos (escravos, mulheres, negros,
jovens e velhos, etc.), ampliar notavelmente o leque da produçãorganização. E
assim é com todas as coletividades, inclusive as orientais, na medida em que
nelas a partir de 1945 está havendo ocidentalização com cristianização de
fundo, como apontei. A concentração em si mesma não é um fetiche, mas ao
afunilar a Q/Q de soluções ela fecha o futuro daquele conjunto. Podemos seguir
na geo-história as nações onde começou a haver concentração de renda, disso
vindo a redução Q/Q das soluções, o declínio e o fim, com a absorção por
outros, mais abertos.
Vitória, sexta-feira, 26 de dezembro
de 2003.
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