domingo, 23 de abril de 2017


Renda e Resolução de Problemas

 

                            Venho perseguindo há muito tempo o entendimento de onde provém o arrastamento e já falei disso alhures, mais que apenas do ponto de vista do arrastamento econômico, que é parte do outro, maior. Estas outras conclusões são de que o arrastamento geral vem da resolução de problemas, que é o que dá futuro, no fundo de tudo, como último resumo de todas as compreensões.

                            RESOLUÇÕES DE PROBLEMAS ECONÔMICOS

·        Resolvendo as charadas da agropecuária/extrativismo;

·        Solucionando as dificuldades das indústrias;

·        Decidindo os enigmas do comércio;

·        Determinando os contratempos dos serviços;

·        Desfazendo os distúrbios dos bancos.

Quem não resolve problemas não toma bons assentos no trem do futuro e não chega a lugar nenhum – não deixa descendência racional adiante. Aqueles que se recusam a resolver os problemas vivem do capital da espécie e o estão gastando; enquanto a espécie conseguir avançar, conseguirá suprir essas faltas.

Pois bem, a concentração de renda em si impede ou dificulta o arrastamento? Mostrei que propriamente não, mas ao afunilar a quantidade e a qualidade de problemas que são trazidos à tona afunila também o futuro do conjunto. Roma não sucumbiu por este ou aquele motivo específico e sim porque no geral concentrou demasiado a renda nas mãos de poucos e, portanto, precisava de poucas soluções. Nessa condição as coletividades caducam. O cristianismo chegou tarde demais para Roma, foi aceito muito tardiamente, não pôde salvá-la. Constantinopla foi adiante porque ao assimilar o cristianismo (ou vice-versa) teve de, por meio dos conselhos e sugestões de Cristo sobre imanização de todos os seres humanos (escravos, mulheres, negros, jovens e velhos, etc.), ampliar notavelmente o leque da produçãorganização. E assim é com todas as coletividades, inclusive as orientais, na medida em que nelas a partir de 1945 está havendo ocidentalização com cristianização de fundo, como apontei. A concentração em si mesma não é um fetiche, mas ao afunilar a Q/Q de soluções ela fecha o futuro daquele conjunto. Podemos seguir na geo-história as nações onde começou a haver concentração de renda, disso vindo a redução Q/Q das soluções, o declínio e o fim, com a absorção por outros, mais abertos.

Vitória, sexta-feira, 26 de dezembro de 2003.

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