sexta-feira, 21 de abril de 2017


Posso Roubar um Pouco do Seu Tempo?

 

                            As pessoas chegam e falam isso quando precisam conversar com A ou B, mas aqui teríamos um filme de ficção em que a pessoa, por educação, naturalmente concorda, sem saber que de fato uma parte do tempo dela está sendo roubado, indo se somar ao do outro. O temporalmente defraudado acorda já um tanto mais velho, sem saber como o tempo intermediário se passou – mas ele não passou, houve um salto. Quem viveu aquela oportunidade de inserção foi o outro, que assim vai vivendo cada vez mais, como um vampiro temporal e não de sangue.

                            Com certeza há um policial envolvido, mas não pensei nada além, fica apenas registrada a idéia, pois não consigo vislumbrar o enredo. Talvez o investigador vá visitar os desfalcados e lhes pergunte se acaso se lembram do tempo sumido, mas é claro que eles não lembrarão, nem as famílias, porque tudo foi redesenhado e será difícil convencê-los, que tomarão o detetive por doido e chamarão a polícia, etc.

                            Vitória, quarta-feira, 24 de dezembro de 2003.

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